Do jeito que veio:
Uma obra que demorou quase uma vida toda para ficar completa. O romance O Menino, de Nelson Padrella faz uso de memórias de infância e adolescência em “uma pequena cidade do Sul do Brasil” – livre inspiração em Palmeira, próxima a Curitiba – para criar uma narrativa original, feita de situações recriadas pela imaginação do autor.
Contudo, não se trata de uma narrativa autobiográfica. Padrella trata de temas que dizem respeito não só a uma cidade, mas ao imaginário do interior do Brasil, com seus pequenos empresários, donas-de-casa, mascates, religiosos, meninas e meninos.
O autor já havia tratado antes sobre temas tabus no romance Meu Bimbim, escrito em 2000. Nele o personagem sai pela vida em busca do prazer em uma narrativa que, em determinados momentos encontra influências de clássicos como o Satiricon. A obra rendeu ao autor o Prêmio de Melhor Paranaense em um concurso de nível nacional organizado pelo Estado na década de 90.
Lançamento do livro
O lançamento do livro O Menino será no Museu Guido Viaro, no centro de Curitiba, na próxima quinta-feira (29), às 19h.
O livro foi editado pela portuguesa Chiado Books e já se encontra disponível para venda online na loja virtual da editora.
Sinopse da obra
Uma pequena cidade do Sul do Brasil é o palco para esta peça de verdades e mentiras, onde meninos lutam com as armas da inocência contra o ataque de adultos vítimas de sua sórdida paixão. O autor conta a história, mas não quer se manter neutro e participa como personagem de sua própria invenção. Não se trata de um romance de amor, a menos que ampliemos o significado dessa palavra.
A leitura deste livro não é recomendável para pessoas que, independentemente da idade, não tenham alcançado a sapiência.
O Menino, de Nelson Padrella intenta ampliar as fronteiras colocadas no caminho da Arte. Hoje, em pleno século XXI, sexo permanece tabu, principalmente quando envolve crianças. Falar sobre pedofilia fora dos livros de Ciência pode ser uma coisa violenta. Possivelmente tão violenta quanto Deus mostrado em forma humana, por Leonardo, em plena Idade Média.
Sobre o autor
Nelson Padrella teve lançado seu primeiro livro em 1966, em coautoria com seis outros colegas. 7 de Amor e Violência (edição dos autores) contestava o Golpe Militar recém havido. Em seguida, o regime endureceria, e uma segunda edição do livro foi confiscada na gráfica. Em 1969 aparece O Fascismo é um Estado de Espírito (edição do autor). Em 1970, A Montanha Azul, (edição do autor), livro de textos líricos. 1978, lançamento pela Editora Mac-Grow-Hill do livro Os Vencedores, reunindo os trabalhos dos premiados em concurso de contos nacional; Padrella ganhou o Prêmio Melhor Paranaense. Em 1997, premiado novamente como Melhor Paranaense em Concurso Nacional, tem editado pela Iluminuras o livro Meu Bimbim, onde usa o pseudônimo de Franz Hertel. Em 2000, divide o livro Ofício de Polir Esqueletos com Walmor Marcellino (Editora Quem de Direito). Em 2001 lança, ainda pela Editora Quem de Direito, os livros Pão e Vinho e O Fantasma de Eduardo Pymm. Nelson Padrella só voltaria à ativa dezesseis anos depois, com o atual romance O Menino, pela Chiado Editora.
Agradeço ao insigne amigo e ex-chefe dos tempos do Jornal do Estado (que saudade!), a colher de chá, ou melhor esta concha de chá… Eu disse concha? Meodeos meodeos