por Célio Heitor Guimarães
Devo um pedido de desculpas públicas ao eminente ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal. Quando de sua nomeação, levantei dúvida sobre o acerto da escolha. Achei que o advogado gaúcho que fez carreira profissional no Paraná se curvara em excesso na busca do cargo. Peregrinara por gabinetes, implorara votos e se comportara como se tivesse pouca fé na própria história e no próprio valor. Alcançou o objetivo, chegou lá e enganou todo mundo – no bom sentido –, inclusive esse precipitado colunista. Desde os primeiros momentos, o ministro Fachin tem se revelado, além de competente julgador, lúcido, imparcial, coerente, corajoso e um obstinado buscador da Justiça, atributos inusitados entre os homens da toga ultimamente. A acompanhá-lo, no Excelso Pretório (lindo isso!) apenas a presidente Cármen Lúcia, comprimida entre egos, arrogância, desaforos, insultos e falta de decoro.
A sessão da última quinta-feira da Suprema Corte Federal foi uma das mais melancólicas, decepcionantes e irritantes vividas pelos gênios da capa preta nos últimos tempos. Salvaram-se quem? O ministro Luiz Edson Fachin e a presidente Cármen Lúcia.
Como em uma encenação combinada, os notáveis ministros consumiram perto de três horas ditando cátedra e distribuindo inútil saber numa discussão enfadonha e desnecessária de uma preliminar de cabimento do habeas corpus – que, na verdade, não cabia, como bem demonstraram o relator Fachin e a procuradora da República Raquel Dodge. Em seguida, exaustos pelo próprio palavrório, rogaram pelo adiamento do julgamento principal, alicerçados na alegada necessidade da retirada do célebre ministro Marco Aurélio Mello para dar um pulinho no Rio de Janeiro a fim de receber uma homenagem pessoal. Como se o objeto do julgamento iniciado não tivesse maior importância e a atividade judicante não fosse a obrigação primordial de quem tem acento no STF.
Mas teve mais. Houve momentos de explícita e injustificada idolatria, em que ministros só faltaram descer de suas bancadas para beijarem a mão do dr. José Roberto Batochio, que fazia as vezes de defensor de Lula da Silva. O insigne ministro Gilmar Mendes confessou-se invejoso da oratória do criminalista, enquanto que, para o ínclito ministro DiasToffolli, ex-advogado do PT, a fala do dr. Batochio foi a melhor defesa que ele já ouvira na vida (!). Nunca se viu coisa igual! Em tempo de decência, ética e império da lei, ambos seriam considerados desde logo suspeitos como julgadores e impedidos de votar a questão em análise.
Mais ainda: antes de retirarem-se de cena para aproveitarem o feriado pascal, suas excelências ainda deferiram um descabido recurso do advogado do réu e, em uma decisão inédita, determinaram a proibição da decretação da prisão de Lula da Silva até que o HC tenha o seu julgamento completado pelo Supremo. Quer dizer, é a primeira vez que um tribunal superior interfere administrativamente no efeito de eventual resultado de julgamento de corte inferior ainda não acontecido…
E há quem não entenda por que o Poder Judiciário cada vez mais perde o respeito da população. A explicação é simples: só merece o respeito quem se dá a ele. O cidadão brasileiro, mesmo aquele que não usa toga, não é idiota.
Não tenho o dom da palavra do comentatista anterior, que sempre acerta o ponto e o alvo de suas palavras.
Assim, eu fico no patamar daqueles ignorantes e sem a capacidade de entender o que vem ocorrendo no Brasil, a não ser uma ” esbornia” institucional que agora atinge em cheio o judiciário e principalmente o STF que não teve escapatória e desta maneira expos tudo aquilo que já se falava.
Portanto, daqui pra frente os magnânimo seres de capa preta poderão ser hostilizados em seus passeios, nos restaurantes, nos aviões , caso já ocorrido, e nas redes sociais.
Claro que isso é uma imaginação de uma probabilidade diante de tudo que vem ocorrendo no Brasil.
Para alguns dos ministros até que caberia a incorporação definitiva em campanhas políticas de pré ou já definitivos candidatos, ou será que eles acretditam que nós acreditamos que eles mantém a imparcialidade de voto, quer na urna do eleitor , como nas suas longas e cansativas e nem um pouco convencedoras de seus discursos no plenário ,de onde sentados cobertos por um manto preto , por tradição, pois não esconde nada.
Uma questão fica daqui em diante, e aí é uma pergunta que passa em muitos brasileiro: o xingamento aos ministros poderia chegar, data vênia chamá-los de Vossa Excelência “seus bostas” ou de “seus merdas”. Sim porque a outra linguagem o povão não entende.
Caro Heitor, há alguns meses, no auditório do TRE-Pr, durante a posse da nova diretoria daquele Tribunal, o citado Dias Toffoli perpetrou duas barbaridades:
1) Durante sua longa peroração, respondeu de forma bastante ácida sobre crítica que minutos antes o presidente da OAB-Pr fizera, relativa ao excessivo período de tempo transcorrido entre a entrada de um pleito naquela Corte e solução final (quando vem…).
Não satisfeito (aprendi com o professor Wouk que não se começa frase com uma negativa, mas, no caso…), nosso bravo Ministro elogiou a atitude e a coragem dos políticos do Brasil que, a cada quatro anos “dão a cara para bater…”, sem nada mais a aspirar que o reconhecimento popular.
Ninguém vaiou, ficou um silêncio abissal durante muitos e muitos segundos…
Quem viveu, viu…
#STFSupremaVergonha #VemPraRua 03/04
“DA SÉRIE PRA VC NÃO FAZER PAPEL DE BOBO”
O próprio relator da Lava Jato, Edson Fachin, foi o responsável por livrar o Luladrão da cadeia. Ele poderia simplesmente ter rejeitado o HC, com base na existência da Súmula 691, afinal rasgada no dia, que veda ao STF conhecer habeas corpus negado em outro tribunal superior, no caso pelo STJ. No entanto não o fez. Daí, jogou o problema no colo da ptralha comunista da Cármen Lúcia. Foi tudo combinado.
NOTA: Esta informação da Súmula 691 é do Cláudio Humberto do Diário do Poder – 23/03.