Do Analista dos Planaltos
Há dois anos os deputados do antigo PMDB, hoje MDB, vem tentando evitar o desastre que se aproxima nas eleições de 2018. Não foram poucas as idas para Brasília com o objetivo de libertar o partido do jugo do atual presidente, o senador Roberto Requião. Explica-se: a bancada estadual perdeu 4 deputados estaduais, coisa de quatrocentos mil votos aproximadamente. Não elegeu nenhum prefeito de cidade grande ou média de importância, coisa de outros quatrocentos mil votos .
Perdeu as lideranças de Foz do Iguaçu, Guarapuava, Maringá, Ponta Grossa e outras tantas.
Fez um vexatório quinto lugar na eleição para Prefeito de Curitiba, quando o pimpolho Requião Filho, concorrendo com o nome do pai e usando todo o tempo de televisão, levou uma tunda até da estreante Maria Vitória, oriunda de Maringá. Agora irá perder o deputado federal Osmar Serraglio, menos uns cem mil votos na conta do partido.
Com lápis e calculadora nas mãos os deputados fazem projeções catastróficas, sabendo de antemão que não terão candidatos a governador e presidente que são os puxadores de votos, nem prefeitos nas grandes cidades, concluem que a atual bancada de deputados estaduais se reduzirá pela metade, talvez com Requião Filho, se o velho Requião usar todo o tempo de televisão e recurso partidário para ele, que é ruim de voto, ou Nereu Moura ou Anibelinho. Pode ser até que apenas um seja eleito. Um desastre para quem teve oito deputados e entre eles o campeão de votos Alexandre Khury.
Já para os federais o quadro não é diferente. Com a saída de Serraglio provavelmente para o PP de Ricardo Barros, o MDB deve perder um ou dois deputados federais. Especula-se o retorno de João Arruda , sobrinho de Requião, e um dos donos do partido. Arruda também é genro do multimilionário Joel Malucelli e conta com o apoio do grupo empresarial e das televisões e rádios onde mantém programa diário. A outra vaga ficaria entre o deputado Frangão de Cascavel ou Sérgio Souza, ligado a Pessuti.
De toda forma o que se constatou na reunião de deputados foi que nos últimos quatro anos o Senador Requião foi encolhendo o partido e preservando apenas o tempo de televisão e os ricos recursos do fundo partidário que reserva apenas para sua candidatura, a do filho e a do sobrinho, agindo com o nepotismo que lhe é característico.Todas as tentativas de oxigenar o partido falharam pois Requião é protegido dos caciques Sarney e Renan e tem todo o espaço para a sua pregação falso-moralista, desde que não atinja os aliados ocultos.
Se será eleito Senador não se sabe. É provável pois uma das vagas parece ser de Beto Richa e até agora não surgiram outros candidatos viáveis eleitoralmente. O fato é que a guilhotina requiônica não poupou cabeças em prol do objetivo familiar e o antigo transatlântico emedebista se aproxima dos icebergs inexoravelmente.
Puxa! O “analista” lamenta as saídas de Alexandre Cury e Osmar Serraglio do MDB. Dois nomes que tem muita afinidade com o noticiário policial. Aliás, qual sigla no Paraná está livre das investigações e denúncias? Quando se lê os nomes da “elite” política Paranaense citados no texto, há que se lamentar não o esvaziamento dessa ou daquela sigla, mas o vazio absoluto de opções. A representação Paranaense em Brasília é ridícula. E a composição da Assembleia Legislativa é constrangedora, para dizer o mínimo.
O senador Roberto Requião, já, já, vai nos fazer lembrar do personagem principal do livro NINGUÉM ESCREVE AO CORONEL, de Gabriel Garcia Marquez. Ele, Requião, não perde por esperar, o seu inchegável ostracismo está atrasado, mas está a caminho.