8:31Lula, o judeu

De Rogério Distéfano, no blog O Insulto Diário (http://www.oinsultodiario.com/)

ENTRE OS MINISTROS da 5a. turma do STJ que julgam Lula está Joel Ilan Paciornik, cujas ascendências materna e paterna recuam até a remota antiguidade na Caldeia, quando Abrahão deixou Ur em busca da terra prometida. Portanto é judeu de mãe e pai desde o começo da era judaica.

A edição internet da Gazeta do Povo – jornal tradicional da Curitiba onde Joel nasceu e brilhou em todas as profissões do Direito – dá à turma o nome de “câmara de gás”. Ninguém ignora, nem o redator da Gazeta, que “câmara de gás” foi um dos métodos nazistas de extermínio dos judeus.

Depois do Holocausto a expressão deve ficar reservada aos livros de História, como registro imperecível da mais abjeta desumanidade. A falha exige edição extra do jornal, uma edição de desculpas. Não aos judeus, mas à Humanidade. Há gente que nega o Holocausto. Tem disso na Gazeta?

Nada bastasse, “câmara de gás” é a execução de Lula? Ora, ora, ele chegou à ‘terceira instância’. Os nazistas não davam aos judeus nem a primeira. Outra coisa: os tribunais superiores são organizados em turmascâmaras têm os tribunais estaduais. E as fábricas da morte nazistas.

Uma ideia sobre “Lula, o judeu

  1. Cláudio

    Em época de extremados apegos ao politicamente correto este blog tem usualmente demonstrado bom senso em temas polêmicos. Percebo, entretanto, que no tratado acima, e anteriormente pelo próprio “blogueiro”, a história foi subvertida para o populismo encenando o que parece uma desmedida rivalidade entre órgãos de imprensa. Aceitar as câmaras de gás como referência histórica exclusiva do morticínio promovido pelos nazistas durante o seu reinado na Alemanha da primeira metade do século passado, é enterrar a história da execução penal (tema oportuno do “caso Lula”) na específica execução da pena de morte, que pelo caminhar da humanidade se valeu dos mais variados e abjetos métodos de matar em cumprimento da lei. Faço aqui apenas a lembrança mais imediata do sistema penal norte-americano que ainda hoje mantém câmaras de gás, muitas delas sucessoras da famosa “cadeira elétrica”, sua maioria em desuso em favor do método da “injeção letal”, considerada mais humana. O exemplo mais notório da utilização de tal artifício na execução de apenado à morte nos EUA talvez seja o caso de Caryl Chessman, o afamado “The red light bandit”, cujo processo teve uma versão cinematográfica que levou a uma encenação do interior de uma câmara de gás na Califórnia. Assim, a imediata reflexão sobre a manchete da Gazeta do Povo aludindo um menoscabo ao sofrido Holocausto judeu e a execração do jornal e por consequência do seu profissional responsável quer parecer um açodado entendimento que pode vir a incitar, indevida e injustamente, ódio e indignação. Moderação e prudência valem ouro nos agitados tempos que vivemos.

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