por Dirceu Pio
Tratemos de admitir que Giuseppe Lombroso estava certo: a genética explica a grande maioria dos crimes! Veja o caso desse senador de Rondônia, Assis Gurgacs (PDT), agora condenado a 4 anos e 6 meses de prisão pela Primeira Turma do STF por crimes contra o sistema financeiro…
Não é apenas ele que está envolvido na falcatrua: a sua família – o pai, seu homônimo, e dois irmãos – lhe faz companhia. A família tomou empréstimo do Banco da Amazônia para comprar dois ônibus novos e comprou quatro usados: “Eu não sabia que o contrato com o banco era assim tão rigoroso”, explica o pai…
Os ônibus eram pra ser anexados à frota da Eucatur, a empresa de transporte da família Gurgacs…
FAMOSOS EM CASCAVEL
Tanto a Eucatur quanto Assis Gurgacs, o pai, são velhos conhecidos dos moradores de Cascavel, município paranaense da região de fronteira com o Paraguai e a Argentina…
A Eucatur mantinha uma linha ligando Cascavel a Rondônia numa das rotas mais longas do Brasil, por terra…Fazia sentido: a região de Cascavel fora ocupada por famílias de gaúchos desbravadores e destemidos…Começava a faltar terra para os descendentes, o que fazia nascer um intenso fluxo migratório em direção às novas fronteiras do Norte e Rondônia, ainda por ser desbravada, aparecia como grande atrativo…
O empresário do transporte ganhava dinheiro e aumentava seu prestígio…elegeu-se vice-refeito na chapa do carcamano Jacy Scanagatta…
Tudo ia bem até que, em 1979, é assassinado o jornalista Antônio Heleno, o dono do mais influente jornal de Cascavel, o Fronteira do Iguaçu…
Heleno foi morto a tiros certeiros na nuca numa praça no centro de Cascavel, onde sempre parava o carro no início da madrugada para tomar um lanche…coisa de profissional…
Não demorou muito para que prefeito e vice, ou sejam Jacy e Assis, fossem acusados de mandantes…nenhum dos dois contava, certamente, com a repercussão que o caso alcançaria…pressionado pelos jornalistas, o governador do Paraná, Ney Braga, teve de nomear um delegado especial para conduzir o inquérito…
SEM MISTÉRIO
Em menos de 15 dias, o experiente delegado Raimundo Nonato Siqueira elucidou o caso…Os mandantes foram mesmo Jacy e Assis, segundo o inquérito…
Descobriu-se que fora montada, para a prática do crime, toda uma trama bem urdida para dificultar que as investigações chegassem aos dois mandantes: o Sargento Artur, carcereiro da delegacia de Cascavel, foi incumbido de contratar dois pistoleiros (Toninho Moura e Euclides de Souza), que por sua vez receberam a missão de contratar outros dois pistoleiros, estes para execução do crime (Walter e Sales)…
Passada a fase da reverberação, teve início a fase da execução: o primeiro a morrer foi Walter, metralhado na frente de uma padaria em Pontaporã (uma menina de 10 anos que saía da padaria com um embrulho de pão morreu junto); o corpo de Sales foi encontrado carbonizado numa plantação de soja próxima a Cascavel; Euclides de Souza foi morto enquanto aguardava julgamento na penitenciária de Piraquara, região de Curitiba; Toninho Moura foi morto a tiros no Mato Grosso e o sargento Artur morreu de enfarte….
Sem sobrar ninguém pra contar a história, os réus Jacy Scanagatta e Assis Gurgacs foram impronunciados, isto é, ficaram outra vez com a ficha limpa…
Jacy Scanagatta elegeu-se deputado federal dali a alguns anos e chegou a integrar a Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal…
Pode isso, Arnaldo ?
Claro que pode,quando a gente fala aqui e acola também corre perigo por que a bandalheira está solta no Brasil onde hoje só mesmo um expurgo para acabar com a bandidagem.
Os métodos hoje se sofisticaram mais,mas ainda ali mais ao norte paulista e região de Minas acontece essas queimas de arquivo como foi o caso da modelo e do policial Arcanjo.
O nome correto é Cesare Lombroso, não Giuseppe.
Obrigado, Jorge…ainda que eu mal pergunte: gostou do artigo ?beijo