História de eleição que, com certeza, vai se repetir aqui, ali e acolá neste ano. Em 1996 a novidade foram os dois turnos introduzidos nas disputas eleitorais. Na briga pela prefeitura de uma das maiores cidades do interior do Paraná, se certo jovem e promissor político apoiasse quem estava na disputa contra o favorito, a coisa ia para o tudo ou nada no segundo turno. O acordo estava certo até que o que acabou ganhando a eleição mandou um recado, em dólares, por hábil mercador de caravanas fenícias para o apoiador do contra. A entrega pelos emissários foi num banheiro de restaurante movimentado. O vira-casaca embolsou US$ 100 mil dólares e saiu feliz e saltitando. Os que levaram a pacoteira tinham separado pela ‘coordenação’ 300 mil em notas com estampa de Benjamin Franklin, mas diante do rápido aceite na pechincha árabe, ficaram com os US$ 200 mil restantes. O prefeito que foi o vencedor havia mandado o pacote de US$ 300 mil e até hoje imagina que este foi o preço do ‘apoio e da candidatura a vice’. O outro acredita que, como era iniciante em disputa majoritária, valia aquilo mesmo. Em tempo: os envolvidos continuam atuando na política. Um, de pijama, pois sua folha corrida pesou demais. O outro é parlamentar de peito estufado de tanto e exaustivo trabalho, queixo pro alto e guardião da falsa moralidade. E o prefeito da época teve seu fim como Lula agora: cassado pela Ficha Limpa – e teve que abandonar a política.