por Ricardo Noblat, na revista Veja
Se o ministro Celso de Mello não demorar além da conta a revisar o voto do seu colega Edson Fachin, a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) julgará até o final de março a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), e seu marido, o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
Os dois são acusados de receber R$ 1 milhão desviado de contratos da Petrobras para pagar despesas da campanha de Gleisi em 2010. O parecer da Procuradoria Geral da República foi favorável à condenação do casal, e também ao pagamento de multa de R$ 4 milhões. Será o primeiro processo da Lava Jato a ser julgado pelo STF.
A fidelidade canina de Gleisi a Lula, além de sua estridência em defesa dele e da ex-presidente Dilma Rousseff, garantiram à senadora a vaga de presidente do partido. Podendo ter escolhido um nome ficha limpa para presidir o PT, Lula preferiu Gleisi mesmo sabendo que ela responde a sete ações penais e a mais três de indenização aos cofres públicos.
Além de Mello e de Fachin, integram a 2ª Turma do STF os ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski. Toffoli foi advogado do PT e assessor do ex-ministro José Dirceu antes de ser nomeado ministro por Lula. Lewandowski ganhou a vaga de ministro com o apoio de Marisa Letícia, ex-mulher de Lula.
Se condenada, Gleisi ficará impedida de disputar eleições pelos próximos oito anos, assim como Lula.