História curitibana. Todo sábado o senhor aposentado encontrava perto da feira um menino sentado num banco de madeira, fones nos ouvidos e olhos pregados numa telinha de celular. As compras feitas, na volta, a mesma cena. Isso durante meses. O menino só não estava lá, feito estátua, em dia de chuva. Discreto, o curitibano um dia resolveu perguntar o que o garoto via tanto no aparelho. “Eu jogo”, ouviu como resposta. “Mas… por que aqui, todo sábado de manhã?”, insistiu o curioso. “Minha mãe vem ganhar algum dinheiro guardando os carros de quem estaciona. Eu aproveito porque neste ponto aqui posso acessar os jogos pelo wi-fi. Em casa não tem como”. O homem foi embora, balançando a cabeça negativamente. O menino? Nem te ligo. Continuou jogando.