Em Curitiba – Foto e texto de Maringas Maciel
– Vi você fotografando a árvore. se você quiser ouvir uma história, eu posso contar.
Acendi um cigarro e me pus a escutar.
– Essa casa foi construída pelo meu pai. ele era mestre de obras dos bons e fez não só essa casa, mas a maioria das casas aqui da rua. Há 47 anos meu pai trabalhava na fábrica da Brahma; ele era um faz tudo lá. qualquer coisa que estragava, meu pai consertava: hidráulica, elétrica, eletrônica, jardinagem; pra tudo meu pai dava um jeito. A diretoria da Brahma e todos os funcionários adoravam o meu pai; viviam convidando ele para eventos e festas. Festa de rico, e lá íamos nós, no meio deles como se fôssemos ricos também. Uma vez um dos diretores da Brahma viajou para a Índia e se encantou com uma árvore que não existia no Brasil (Canela-de-Java). Na volta ele trouxe umas mudas e mandou chamar meu pai. entregou as mudas para ele e disse: “O senhor que tem mão boa pra planta, plante essas árvores por aí”. Uma das mudas o meu pai plantou na frente de casa e cuidou até morrer. 6 meses depois que ele morreu, a prefeitura apareceu com essa placa decretando que essa árvore é imune de corte. Eu gostei. Ficou como sendo uma homenagem ao meu pai.
– Como era o nome do teu pai?
– O meu pai se chamava Aleixo, seu Aleixo.