Do G1
Atriz Ruth Escobar morre em São Paulo aos 81 anos
A atriz e produtora Ruth Escobar morreu na tarde desta quinta-feira (5) aos 81 anos, informou a Associação de Produtores de Espetáculos Teatrais do Estado de São Paulo (Apetesp). Ela morreu entre 13h30 e 14h, no Hospital 9 de Julho, na Bela Vista.
Maria Ruth dos Santos Escobar nasceu no Porto, em Portugal, em 1936, e se mudou para o Brasil em 1951. Ela foi uma das mais notáveis personalidades do teatro brasileiro, empreendedora de muitos projetos culturais, especialmente comprometidos com a vanguarda artística.
Ruth sofria de Alzheimer e vinha sofrendo com a doença nos últimos anos. O velório dela deverá ocorrer no teatro que leva o nome dela, que fica na Bela Vista. O horário ainda não foi definido.
A filha de Ruth, a cantora e atriz Pat Escobar, lamentou a morte da mãe em sua página no Facebook. “Partiu! Mãe! Saudades de tudo! O Christian estará aí para te receber! Agora só amor, paz, descanso… saudade!”, dizia a mensagem.
Perfil
Ruth Escobar montou a companhia Novo Teatro, com o diretor Alberto D’Aversa, e protagonizou peças escritas ou dirigidas pelo marido, Carlos Henrique Escobar. Ela foi a estrela de espetáculos como “Antígone América” (1962), “Mãe Coragem e Seus Filhos”, de Bertolt Brecht, em 1960, e “Males da Juventude”, de Ferdinand Bruckner, em 1961, ambas dirigidas por D’Aversa.
Em 1964, passou a investir mais no teatro popular, transformando ônibus em palcos e levando peças para várias regiões de São Paulo, no projeto Teatro Popular Nacional. Na década de 60, produziu peças como “Júlio Cesar”, de William Shakespeare.
Nos anos 70, produziu peças como “Missa Leiga”, de Chico de Assis, com direção de Ademar Guerra, em 1972. A montagem causou polêmica por ter sido proibida de utilizar a Igreja da Consolação como palco e acabou sendo encenada em uma fábrica.
Em 1977, ela voltou a atuar. Ela interpretou Ilídia de “A Torre de Babel” e trouxe a São Paulo o autor Fernando Arrabal para dirigi-la.
A lista de peças ganha novos capítulos com “Caixa de Cimento”, quando foi dirigida por Juan Uviedo, e “Fábrica de Chocolate, peça que ela produziu a partir de texto de Mario Prata sobre a tortura.
Nos anos 80, ela deu uma pausa na carreira e foi eleita duas vezes deputada estadual. Na mesma década, em 1987, lançou o livro “Maria Ruth – Uma Autobiografia”. Em 1990, retornou aos palcos, numa encenação de Gabriel Villela, de Relações Perigosas, de Heiner Müller.
Um dos maiores méritos da estrela Ruth: Era fichada no SNI, na DOPS. Isso mesmo, deu uma mão de obra danada pros milicos. Ativa na redemocratização – que estúpidos urram para ver o seu fim com o retorno da ditadura, batalhou pelas Diretas, pela Anistia. Sniff…Sniff….