12:33Hugh Hefner, adeus

Do G1

Morre Hugh Hefner, fundador da revista ‘Playboy’

O fundador da revista “Playboy”, Hugh Hefner, morreu de causas naturais aos 91 anos, na noite desta quarta-feira (27), em sua casa em Los Angeles, nos Estados Unidos. A confirmação da morte foi feita pela conta oficial da revista no Twitter.

O anúncio da morte de Hefner no Twitter foi acompanhado de uma frase do empresário: “A vida é muito curta para viver o sonho de outra pessoa”.

Hefner criou a Playboy Enterprises em 1953, companhia que começou com a revista “Playboy” e depois passou a produzir outros conteúdos eróticos para televisão e internet.

“Meu pai viveu uma vida excepcional e impactante. Defendeu alguns dos movimentos sociais e culturais mais importantes do nosso tempo, na defesa da liberdade de expressão, dos direitos civis e da liberdade sexual”, informou seu filho, Cooper Hefner, chefe de criação da Playboy Enterprises, em comunicado. “Ele definiu um estilo de vida”, acrescentou.

Hefner manteve um papel ativo na parte editorial de sua revista, definindo capas e a “coelhinha” de cada mês.

Além de Cooper, Hugh Hefner deixa os filhos David e Marston, e a filha Christie.

Hefner era casado desde 2010 com a modelo Crystal Harris, 60 anos mais nova que ele, após dois divórcios nos anos 50.

Nos últimos anos de sua vida, também frequentou clubes noturnos e manteve um grupo de jovens namoradas, um estilo de vida que ele garantia que o mantinha jovem.

A revista “Playboy”, lançada em 1953, conseguiu inspirar e acompanhar a “revolução sexual” dos anos 60 e 70. Foi uma proposta ousada: aliar mulheres nuas com entrevistas inteligentes e reveladoras.

A revista defendeu um estilo de vida hedonista, ideias politicamente liberais, costumes caros e o sexo recreativo – tudo isso numa época de forte repressão aos costumes.

O primeiro número de “Playboy” mostrou Marilyn Monroe, o maior símbolo sexual da época. Depois, virou uma das marcas mais famosas do mundo e foi a base de um império de mídia.

Nas décadas seguintes, Hefner montou um império liderado pela revista, que chegou a ter uma circulação nos EUA de 5,6 milhões de exemplares em 1975. O coelho símbolo da marca se tornou por si só um ícone pop.

Nos últimos anos, porém, a revista tem lutado contra a forte concorrência erótica gratuita na internet. Por um breve período, entre meados de 2016 até o início de 2017, a publicação experimentou evitar a nudez, antes de retornar à sua fórmula anterior.

“Hefner tomou uma abordagem progressiva não só para sexualidade e humor, mas também para literatura, política e cultura”, disse o comunicado da Playboy Enterprises.

O bilionário também liderou batalhas de liberdade de expressão nos EUA, lutando até a Suprema Corte contra os Correios dos Estados Unidos. A companhia se recusava a entregar sua revista.

O empresário também ficou conhecido por festas em sua Mansão Playboy e por ter várias namoradas ao mesmo tempo ao longo da vida. Seu estilo de vida foi retratado no reality show “Girls of Playboy mansion”, cujas primeiras temporadas tinham as loiras Kendra Wilkinson, Holly Madison e Bridget Marquardt.

Em uma entrevista concedida à AFP em 2003, Hefner disse que gostaria de ser “lembrado como alguém que teve um impacto positivo nas mudanças dos valores sexuais sociais de sua época”.

“E acredito que esta posição está bem assegurada”, completou na ocasião.

Em meados de 2016, a Mansão Playboy, cenários das festas organizadas por Hefner, foi vendida a um empresário americano, filho de um bilionário que comprou a marca de muffins Twinkie.

Segundo os termos do acordo, Hefner poderia continuar morando até sua morte na famosa casa de estilo gótico, avaliada em US$ 200 milhões.

Construída em 1927 e comprada por Hefner por US$ 1 milhão em 1971, a propriedade com uma piscina com cavernas e cascatas simboliza os excessos de Hollywood. Durante suas festas épicas, os convidados conviviam com as célebres “coelhinhas”.

Elvis Presley teria dormido com oito “coelhinhas” ao mesmo tempo na casa de 12 quartos, enquanto John Lennon queimou um quadro de Matisse ao largar um cigarro de modo negligente.

O imóvel foi vendido quando a revista acabara de lançar sua nova fórmula levemente mais convencional, onde as modelos continuavam nuas, mas sem imagens de nudez frontal.

Hollywood

Hefner ajudou em 2010 a salvar as famosas letras que formam a palavra “Hollywood” sobre as colinas de Los Angeles, com a ajuda do então governador da Califórnia, o ator Arnold Schwarzenegger, e de celebridades como Steven Spielberg eTom Hanks.

A atração turística esteve a ponto de desaparecer quando os proprietários dos terrenos ao pé da colina pensaram em vendê-los.

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