AMOR AUSENTE
Olhei para o céu e as nuvens cinzas pareciam refletir sua ausência
Não sabia identificar se as nuvens tinham a cor da partida
Ou se sua falta as fazia parecer sem vida
Corri da chuva que logo após caiu
Mas a vontade era me encharcar com aquelas gotas preenchidas de vazio
O vazio que você deixou e que nunca se esvaiu
Porque somente a sua presença fazia sentido em minha existência
E, resistente, guardei a lembrança de alguém que me fez lua, mar, sol e estrelas
Por isso, em meus devaneios, sinto a sua presença se aproximando
E tão logo chega, é como se fosse uma brisa que moveu uma mecha de meus cabelos
E a deixou ali, só, sem ao menos acaricia-lá e deixar o perfume de suas mãos
Que foram tão minhas em um dia de sol no inverno
Quando você esquentava o café e sobre elas colocava a quentura da sua alma
Como esquecer a vivência de um amor tão leve e intenso?
Apenas penso que cavalgaria aquelas nuvens cinzas
Para que elas me levassem para perto desse amor novamente
E eu pudesse acreditar que tudo não passou de um estado febril
E que um amor pode se esquecer como a rosa que não se abriu