O terremoto da delação de Eduardo Lopes de Souza, dono da construtora Valor, na Procuradoria Geral da União, era previsto há muito tempo e atingiu o Centro Cívico nesta semana, com o vazamento do depoimento, cuja denúncia espera homologação da denúncia. Os estragos da Operação Quadro Negro poderão ser contabilizados em breve, mesmo porque ano que vem tem eleição e o alvo maior do abalo sísmico é o governador Beto Richa, que teria sido beneficiado para a campanha de reeleição em 2014 com o desvio do dinheiro pago para construção de escolas pública que não saíram das fundações. Mas as frases que vão marcar, sejam verdadeiras ou não, e que revelam, no mínimo, um grau tosco de ingenuidade se foram ditas pelos denunciados ou criadas por Souza para embasar o depoimento, são as do Chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni, e do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ademar Traiano, ambos do PSDB, assim como Richa. “Tem algum pra mim hoje?”, teria dito Rossoni num encontro casual com o delator na esteira da construção e reformas de escolas em Bituruna, sua cidade, onde as obras ficaram prontas no início do projeto. “Não pode me dar mais?”, teria reclamado Traiano, que também teria utilizado do dinheiro para sua campanha.