18:51

de Edgar Allan Poe

Desde a infância eu tenho sido
Diferente d’outros – tenho visto
D’outro modo – minhas paixões
Tinham uma outra fonte e
Minhas mágoas outra origem –
No mesmo tom não despertava
O meu coração para a alegria –
O que amei – eu amei só.
Então – na infância – a aurora
Da vida atormentada – estava
Em cada nicho de bem e mal
O mistério que me prendia –
Da correnteza, da fonte –
Da escarpas rubras do monte –
Do sol que me rodeava
Em pleno outono dourado –
Do relâmpago nos céus
Quando sobre mim passava –
Do trovão, da tormenta –
E a nuvem tem a forma
(Quando o resto do céu é azul)
D’um demônio aos meus olhos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.