Cena curitibana. O voluntário saiu de uma reunião na clínica de recuperação de dependentes onde a maioria dos pacientes estava reclamando de tudo – dos terapeutas à impossibilidade de jogar uma partida de snooker, passando pela qualidade da comida feita por um time de cozinheiras de primeira e a falta de mais lenha na lareira da sala do casarão. Ao entrar num supermercado no caminho de casa, o ex-paciente da mesma clínica viu um senhor virando no bico uma garrafa de caninha 5, que já estava abaixo da metade. Ele falava coisas desconexas e estava molhado, porque provavelmente dormiu embaixo de uma marquise onde a água invadiu. Entre este e os outros, o comum era a mesma doença incurável, mas controlável – e a dificuldade entre conseguir se olhar e se dar uma chance de vida.
aí o ex-paciente deve ter pensado, que sorte a minha. Já passei passei por isto e não quero mais cair de tanto beber. Ou me drogar, o que no mesmo.
Controlar o “gatilho” eh a coisa mais importante nessa hora….enquanto a pessoa não quiser se olhar e dar uma chanche a si mesma, não tem clínica que resolva.