7:02O dia em que todos perderam

O que aconteceu na praça Nossa Senhora de Salete no dia 29 de abril de 2015 já entrou para a história – e vai ficar para sempre, com as mais diversas interpretações, como aconteceu com outro episódio mais ou menos parecido, o da cavalaria contra os professores no governo de Alvaro Dias. A decisão da Justiça isentando de culpa a reação da Polícia Militar contra os manifestantes que queriam impedir a votação de um ajuste fiscal na Assembleia Legislativa entrou como a cereja neste bolo feito de uma série de erros de todos os lados. Talvez todo aquele espetáculo triste sirva de exemplo para que, se houver novas situações parecidas, ambos os lados baixem a bola e reflitam sobre as consequências. A determinação do governo de Beto Richa de colocar uma tropa com mais de dois mil soldados para evitar a possível invasão foi um erro só comparável à estapafúrdia performance do então secretário da Segurança, Fernando Francischini, que inventou o transporte dos deputados dentro de um camburão e foi flagrado fugindo de um manifestante que queria resolver no braço aquela parada. Se não houvesse um único policial a proteger o prédio da Assembleia os manifestantes, comandados pelos sindicatos aparelhados, fariam o que? Invadiriam o Legislativo, provavelmente ficariam dentro do plenário, talvez destruíssem alguma coisa. E daí? Recentemente houve isso na Câmara Municipal e uma solucionática para a votação foi encontrada. A palavra massacre, até hoje repetida por conta dos 215 feridos a bala de borracha, efeito de bomba de efeito moral ou cassetete, até hoje é usada por parte da imprensa a partir do megafone dos sindicatos mais atuantes e claramente politizados. Graças aos deuses, ninguém morreu, mas qualquer pessoa que saiba juntar o lé com cré sabe que, como acertou a juíza da sentença divulgada ontem, os manifestantes partiram pra cima dos policiais para derrubar qualquer tipo de barreira – e isso deflagrou a reação de quem estava ali instruído para isso, não para fazer um corredor de proteção para que militantes e outros nem tanto invadissem o prédio público. Depois daquilo, o que se viu e vê é um outro tipo de guerra. Beto Richa, que poderia ter evitado tudo, foi alvejado na imagem que tanto prezava e viu sua popularidade passar do positivo para o negativo do dia pra noite. O pacote foi aprovado e, querendo ou não, os funcionários públicos constataram depois que, se não fosse isso, talvez estivessem como os colegas do Rio de Janeiro ou Rio Grande do Sul recebendo salários  de forma parcelada. Ganharam com isso? Não. Também perderam porque no mundo real, a ninguenzada é contra bagunça muitas vezes manipulada politicamente, principalmente partindo de representantes de trabalhadores cujo emprego é vitalício – e quem paga a conta são ps que podem levar um pé na bunda se o patrão acordar azedo. Resumindo: o29 de abril de 2015 foi um dia em que todos perderam.

Uma ideia sobre “O dia em que todos perderam

  1. Parreiras Rodrigues

    O número exagerado do efetivo se deveu ao alardeamento da APP-PT de que colocaria cem mil professores na praça. Dai…E policial algum quer chegar em casa e ouvir da esposa, dos filhos: Andou apanhando, benhê?

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