Rogério Distéfano
A RELATIVIDADE DO ABSOLUTO
Tudo na vida é relativo. Ou seja, uma coisa tem que ser vista comparada a outra, igual ou similar; em relação a esta, comparada com esta, tem atributos ou qualidades que a valorizam. Sempre se invoca a lei, que poucos se dão conta ser lei, para encerrar discussões em que o usuário está em desvantagem.
O relativo das coisas e da vida é o lenitivo das almas melancólicas, frustradas. Significa que o absoluto, se existe, é ilusório. Chamar Neymar de o maior jogador do mundo é relativo. É o maior comparado a outro jogador. Portanto não é o maior; é melhor, no máximo, o que também é relativo.
Outro exemplo, recentíssimo, da relatividade: Jeff Bezos, o dono da Amazon, até anteontem era o homem mais rico do mundo; deixou de ser, perdeu US$ 6 bi na queda do valor das ações de sua empresa. Hoje é o mais rico relativamente ao terceiro da lista.
O juiz Sérgio Moro aplacou minha recorrente frustração com os ‘maiores’ em algo que pela vaidade julgo-me razoável. Caso do casal João Santana, que pediu a liberação de R$ 22 mi retidos na Operação Lava Jato para pagar “despesas pessoais”.
Ontem eu rebolava para levantar R$ 1.500 para inteirar uma prestação. Um cara na rua me pedia 20 centavos para inteirar sua passagem para Jandaia do Sul. Que alívio, tudo é mesmo relativo. Fui o João Santana dele.