Quantas histórias enchem uma piscina vazia? No ônibus, ao olhar do viaduto o clube abandonado, o trampolim com pintura descascada, os azulejos carcomidos do que antes deveria ser um local cheio de vida e energia, penso nisso. Mas só acontece por causa do filme, lá do passado, fotografia escura, subúrbio de Londres, paixão de adolescente pela mocinha que cuidava daquela piscina popular. O Ato Final, trilha de Cat Stevens, coisa marcante demais para toda vida. A cena final… ah! com os dois no fundo daquele espaço azulejado e vazio. Diferenças de sentimentos, de idades. Então, acontece. Minha piscina de agora, meio século depois, existe, mas fica permanentemente vazia. Tenho vontade de entrar e ficar ali durante muito tempo – ouvindo o que ela tem pra me contar.