Rogério Distéfano
MENINO CRIADO pelas tias e avós mandonas, tenho fascínio por mulheres fortes. Na História me amarro na rainha Catarina da Rússia, que internou o marido czar para assumir o trono, e na Rainha Cristina da Suécia, que em pleno século XVII abdicou para ser sapatão na Itália. A lista das poderosas é longa, corre os séculos, passa pelo império romano e cruza a Bíblia.
NO BRASIL resgato Carlota Joaquina, que conspirava contra o marido para incorporar a Argentina ao Brasil; a marquesa de Santos, dona Domitila, amante escandalosa que enfeitiçou Pedro I com chá de anágua. Na República só vi duas mulheres poderosas: Nair de Teffé, primeira dama do presidente Hermes da Fonseca, e Rosemary Noronha, primeira dama de companhia do presidente Lula.
MARISA LETÍCIA não tinha poder. Dilma deixou o poder derreter. E não é mulher, mas elo perdido de Cro-Magnon, daí se auto-definir “mulher sapiens”. No Paraná tivemos mulheres poderosas: Marlene Pereira, que controlava marido e governo, numa das mãos a caneta, noutra a cuia do chimarrão; Ivete Fruet e a nora Márcia – guerreiras, uma corre com os adversários às vassouradas, outra os detona com palavras afiadas.
GOSTO, cor, mulher e política não se discutem. Mas discuto e não escondo antipatia: Gleisi Hoffmann, que tenta extrair conteúdo do vácuo. Falta-lhe o encanto de Maria do Rosário e sobra-lhe o furor hírcico de Ideli Salvatti. Gleisi é como aquelas garotas de centro acadêmico, boas para a política e ruins para namorar. Na hora do carinho puxam a cartilha do socialismo.
CIDA BORGHETTI, a vice-governadora, poderosa ao peitar a armada brancaleônico-peto-recalcada no casamento da filha. Que dizer então dessas duas cativantes mulheres, Fernanda Richa e Margarita Sansone (a MinhaMargarita do bardo Rafael Greca). Nas duas sobeja o que fraqueja na senadora: classe, bons modos, refinamento intelectual, inteligência, elegância. Até a tatuagem do pé de Fernanda encanta.
FERNANDA é secretária dos governos do marido sem cair em maracutaias. O ‘primo distante’ não chega a menos 20 mil léguas submarinas dela. Seu social não é o clube, os amigos, a turma de casais, a inauguração da butique de comadre; são os carentes, os desassistidos. Se o tio não tivesse quebrado o banco, ela estaria tocando o Bamerindus. Se disputasse eleições, teria bancada maior que a de Ratinho Júnior.
MARGARITA é artigo que não se imita, pratica o low profile, manda de longe, pelo telefone, como no primeiro samba da história. Custa-lhe controlar as expansões do marido língua solta. O lustro que perpassa as facécias de Rafael tem suas digitais. Culta, viajada, poliglota, MinhaMargarita desvendou o mundo para Rafael. Sem ela, ele não passaria na imigração no aeroporto de Fiumicino.
CONSTA QUE Margarita expurga da prefeitura protegidos de Fernanda, incluso o delfim do casal Richa. Pode ser disputa qualificada de egos femininos, vitaminados no poder, grandes demais para conviver na infinitude sem limites do universo. Não tomo partido; viveria angústia e impasse maiores que os de uma hipotética guerra entre Ponta Grossa e São João do Triunfo. Ainda que os triunfenses triunfassem.
Perfeita análise do Rogério, cabe só uma informação para quem não sabia e agora passa ater pelo mesmo curiosidade: Minha amada sempre foi assim, na outra gestão do não sei se tão amado, ela já fazia tudo isso e mais um pouco, então quem não conhece se engana e depois…. bem, depois já é tarde.
Difícil ler essas pérolas. Silvestre me ajude por favor.
Parabéns pelo texto.
Como sempre muito bem escrito.
Quanto as duas senhoras, tenho uma predileção pela estadual, que não faz mal as fotografias.