Foi como se uma garrafa vazia de Coca-Cola caísse do céu na minha frente, igual ao que aconteceu no filme “Os Deuses devem estar loucos”. Mas eu não estava na África, mas sim tentando atravessar uma avenida movimentada. Tudo, então, se espatifou e se estilhaçou como a garrafa de vidro. A famosa logomarca, contudo, ficou suspensa no ar, como se estivesse pregada no azul do céu. Era o patrocínio de notícias ruins que vinham não sei de onde, mas na voz de Ferreira Martins. Só perdi naquele desfile de abandonos, de incapacidades, de dúvidas, de dores morais e físicas. Não, não conseguia me mexer. Não sei quanto tempo isso durou, mas quando tudo voltou ao normal, eu vi o líquido escuro dentro do invólucro de vidro transparente. A tampinha saltou sozinha. Olhei e imediatamente despejei o conteúdo no primeiro bueiro que encontrei. A garrafa? Levei pra casa. Faço coleção desde o dia em que cortei este vício da minha vida.
Tá bem, mas o quê que a Cola tinha a haver se é a outra que vícia !