Viu na internet o túmulo de Garrincha, mal cuidado, lápide simples para um gênio do futebol. O que mais chamou atenção, no entanto, é que ali colocaram também o corpo de um guri e uma placa que brota do cimento daquela tampa de cimento. Não ficou chateado, como muita gente que viu. Achou que o homem das pernas tortas ficou feliz e começou a contar histórias e ensinar a criança a jogar bola. Sempre gostou de cemitérios – e não esquece um a beira-mar que visitou no litoral norte do Rio de Janeiro. Também tinha atração pela “última morada” dos grandes ídolos – e já foi até Buenos Aires para ver Gardel. Jura que é capaz de ouvir o morto cantar quando chega perto. Daí sua explicação para a multidão que, no Dia de Finados, visita o túmulo do cantor Paulo Sergio, sempre apontado como o de maior público. Acha que os mortos continuam gostando de plateia, daí o show. No caso do cantor popular, descoberto por Silvio Santos e “rival” de Roberto Carlos, aconteceu coisa estranha, porque fez sozinho uma visita em dia de semana. Ouviu o grande sucesso “A última canção”. Chorou e foi pra casa decidido a não mais entrar em cemitérios. Agora tem atração por pequenas urnas com cinzas.
Pois é,o poção do rio Piqueri quase na foz com o corrente sepultará as cinzas de dois velhos companheiros de pescaria.
Por trinta anos pescamos nesse poção,é enorme e orlado por guapés,talvez seja no Pantanal o maior berço de pintados.
Estaremos por lá com eles,já que os caçamos a vida inteira e depois poderemos até ser amigos.