Ontem, no programa Bola da Vez, da ESPN, mestre Coutinho revelou que, depois de parar de jogar aos 25 anos, um dia foi procurado por João Saldanha, técnico que montou a seleção brasileira que depois ganharia o tricampeonato mundial no México em 1970. Ele queria o centroavante ao lado de Pelé. Coutinho desconversou, disse que preferia ficar jogando pelada na praia. Ele tinha começado a jogar no time profissional do Santos com 15 anos e tinha pendurado as chuteiras por não ter mais saco de atuar profissionalmente. Personalidade forte, Coutinho tentou ser técnico de futebol, mas desistiu porque cansou de ouvir jogador meia-boca dizer, ao ouvir seus conselhos, “Isso eu sei”. No programa ele contou que deve muito ao grande Pagão, a quem substituiu no Santos. Revelou que antes dava muito bico na bola, batia com força. “Eu queria me livrar da bola. O Pagão me ensinou a olhar a perna do goleiro, não o gol, e colocar a bola. Nunca mais dei um bico”. E se consagrou, mesmo porque, para jogar ao lado e acompanhar o raciocínio do Rei, não era pra qualquer um.
Pouco ouvimos sobre a arte dos mestres, a maioria dos repórteres esportivos não tem percepção do que perguntar a um mestre da bola como Coutinho, perguntam obviedades e não nos revelam os grandes segredos da arte que praticaram.