Foi a Paquetá influenciado por dois gênios, o Nelson Rodrigues e o Aldir Blanc. Do primeiro porque disse que os esquerdistas juvenis dos anos 60 queriam transformar o Brasil numa Cubona – e ele cravou em cima que a ilha do Fidel era do tamanho de Paquetá. Ele se mandou para lá a fim de ver a possibilidade de decretar a independência do local e torná-lo uma república independente e tropicalista. Sobre o segundo, por causa da letra da música onde o personagem, talvez num final de tarde, encontra a amada em casa, sozinha, os pais tinham saído, e pede para ela mostrar a cicatriz que ganhou numa queda de patins… lá… em Paquetá. A travessia de balsa pela poluída Baía de Guanabara já tirou um pouco do encanto. Ver a ilha Fiscal, onde foi realizado o famoso baile, também. Luz del Fuego, já de osso branco, era só uma lembrança, assim como a cobra que ela enrolava, nua, no corpo, e se mostrava para quem passasse perto de sua ilha. Em Paquetá tinha as charretes, algumas casas antigas e, para enterrar o sonho, pedalinhos em forma de cisne na beira de uma praia. No retorno, no cais da Praça Mauá, um transatlântico da Linha C estava atracado, imponente. Ele sentiu inveja dos turistas. Daí pensou e adotou um lema: “Eu quero ser burguês!”