ROGÉRIO DISTÉFANO
Roger Moore morreu ontem, aos 89. Foi um dos agentes 007, nada grande coisa. Esteve melhor na série The Saint, da BBC, anos 1960. Os sites brasileiros reproduzem o tuíte da família de Moore, ‘devastada’ pela perda.
Brasileiro é colonizado até o talo pelos anglogringos. Já copiamos o empoderamento feminino (argh), a resiliência e o devastado nos últimos tempos. Temos palavra para isso, arrasado, tradução literal do devastated. Mas coisa nossa.
Também fiquei arrasado com a morte de Roger, a quem conheci no antigo Cine Lido, no filme com Carrol Baker, The Miracle (1959). Agora só falta Sean Connery, o primeiro 007 e amigo de Morre, nos deixar ‘devastados’.
Orlando Bloom, ator inglês, mandou mensagem de desculpas para a garçonete do hotel de Londres demitida ao ser flagrada na cama com ele. A moça é um pedaço de péssimo caminho, mais letal que um esquadrão de Spitfires, os aviões que combateram a Luftwaffe, a força aére de Hitler.
Esses atores são mal acostumados, empanzinados e enfastiados, sobra mulher para eles. Tem a história de Ralph Fiennes, outro inglês, multado após flagrante no banheiro do avião a pilotar uma comissária.
Podem ser gostosões e sedutores, mas não são cavalheiros. Deviam pelo menos marcar outro encontro, aquilo da ética da sedução: fazer uma só vez é indelicado, passa a impressão de que não gostou da primeira.
Richard Burton, também ator e também britânico, já era diferente: transava com as parceiras de filme durante o filme inteiro. Se calhasse continuava por alguns anos. Foi assim com Geneviève Bujold, em Anne of the Thousand Days (1969).
Com Elisabeth Taylor, Burton chegou a casar duas vezes. Começaram transando no set das filmagens de Cleópatra (1963), na cama da rainha do Egito, no intervalo para o almoço. Enquanto Eddie Fisher, marido de Liz, cuidava da produção. Do filme.
Essa doeu, haja vista de onde veio. O desembargador Lauro Medeiros Filho define o sobrinho Aécio Neves com a frase do avô deste, o velho Tancredo: “[Falta a Aécio) a mínima cerimônia com os escrúpulos”. O desembargador está indignado com a prisão de Fred, seu filho, com a mala da Friboi carregada de dinheiro para Aécio.
José Roberto Arruda, Agnelo Queiroz e Tadeu Filipelli, ex-governadores do DF, foram presos ontem, em Brasília. Café pequeno, sobrefaturamento de R$ 900 milhões na construção do estádio Mané Garrincha. Para aliar a corrupção à conspiração, Tadeu Filipelli é no momento assessor de Michel Temer.
Comparadas com Brasília, Sodoma e Gomorra são conventos de carmelitas descalças. Marcela Temer, quando deixar a cidade, que nem olhe para trás, pode virar estátua de sal. Porque o maridão, que de Ló não tem nem o pão, esse já está sendo lambido pelo fogo do anjo vingador.
RODRIGO ROCHA LOURES, deputado afastado, entregou à PF os R$ 500 mil que recebeu da Friboi. Não se sabe se veio em mala, mochila ou na caixa de isopor da picanha. Isso confirma o que dele disse o ‘amigo institucional’ Michel Temer: “É bom rapaz, de boa índole, muito boa índole”.
Qualquer outro deputado não devolveria a grana. O que também demonstra que o dinheiro não era para Rodrigo, que não tirou um real para si, sequer para pagar o táxi onde embarcou com o tuperuére da grana.
Elementar, meu caro Dall’Agnol. Ao contrário do dinheiro entregue ao primo de Aécio Neves, aquele passado a Rodriguinho não foi filmado pela PF, nem teve anotados os números das cédulas.
Só por isso hoje eu votaria em Rodrigo. E em nenhum outro, federal, estadual ou distrital – estes são os piores, da propina fedida, escondida na meia e na cueca. Nem com certidão negativa, benção do papa ou atestado de bons antecedentes. Nem que fossem filhos de minha madrinha.