7:23PENSANDO BEM…

ROGÉRIO DISTÉFANO

Leandra Brito, gravem o nome para dar identidade a um possível responsável pelas decisões da presidência da República. Leandra, segundo a má língua de Guilherme Amado, do Globo, seria babá de Michelzinho Temer, o primeiro filho. Até aí nada demais, ocupados como são, mãe e pai – a propósito, viva a mãe, Marcela, neste dia também dela -, não podem deixar o primeiro pestinha vagando pelo palácio do Jaburu. O problema é que na falta de rubrica para babá no orçamento federal, Leandra exerce cargo em comissão, de assessora da primeira dama e do primeiro marido. Salário, merreca para os padrões brasilienses, R$ 5.194 por mês, plus penduricalhos de praxe, incluídas diárias quando viaja com a primeira família.

Presidente é diferente. Você, eu, a torcida do Paraná Clube, ainda que em cargos públicos, pagamos do próprio bolso os salários das babás dos pirralhos. Os presidentes da geração Lula têm disso não: até agora não foi investigado o cartão corporativo para saber quanto nos custaram os ternos de Lula, aquela gravata abominável, cafona, evocativa das cores da bandeira, as plásticas e roupas de dona Marisa, a primeira dama que levou o marido à cova política – é segredo de Estado, nunca será divulgado, a CIA podia envenenar o moisturaiser ou fazer torniquete na gravata. Nunca entendi a frase de Guimarães Rosa, mas tenho impressão que cabe aqui: “Quem muito se evita se convive”.

Ainda há pouco, dois dias, soubemos que Dilma mandava o caixa dois de João Santana/Mônica Moura pagar transporte de S.Paulo a Brasília) e o trabalho de seu cabeleireiro – não é lá essas coisas, diz-me a leitora, ferina como as mulheres, a julgar pelo que produziu na cabeça de Dilma; maldade, digo eu, a cabeça de Dilma é que nunca ajudou, seja o cabeleireiro, seja o governo, seja o elementar raciocínio.  Então, o que é mais uma pelota neste lazarento Brasil? Temer fez o que era de se temer, além do que era de se esperar. Voltemos a Leandra. Indagada sobre suas funções como assessora, diz que não é babá de Michelzinho – ele tem cinco anos, não precisa disso; ou melhor “não carece”, como ratificou o pai, Michelzão.

O Planalto admite o erro no enquadramento de Leandra. Venial, anódino, mera falta de rubrica, o que será resolvido. Na forma da lei. Então vai se embutir emenda na reforma da Previdência, um privilégio para Leandra (privilégio, no direito romano, era a lei para uma só pessoa). Por enquanto, Leandra continua assessora, lotada no GAIA Gabinete de Informação em Apoio à Decisão, mais uma sigla cretina e genérica. A GAIA, naquela gaiosa, gandaiosa Brasília, “municia o presidente na tomada de decisões”. Leandra não exibiu a munição que fornece a Temer pai e a Temer filho. Na falta de informação, nosso gabinete de contribuinte pode palpitar que Leandra municia o moleque de Häagen-Dazs, o sorvete que ele adora. 

2 ideias sobre “PENSANDO BEM…

  1. Sergio Silvestre

    Tudo bem,Monica e João fizeram campanhas com caixa dois etc,mas uma coisa me intriga,já vi campanhas que para prefeito de londrina veio de Curitiba mil Kombis e malas de dinheiro,talvez não contabilizados,oriundos de onde se recebe em especie e é rateado para políticos simpatizantes como uma ação entre amigos ,mas quem paga é o povo.
    Então,esses marqueteiros são messias,eles não precisam de dinheiro para fazer campanhas estrondosas como a de governador do Parana por exemplo.
    Ora gente,que hipocrisia,vou perguntar até ficar afonico,e os outros?São intocaveis,não se ve falar de nenhum,parece todos santos.

  2. Benjamin Button

    Meu Deus do céu, estão se incomodando com uma mera assessora quando a roubalheira ainda anda solta por esta Pindorama inteira? Gente deste jeito vamos morrer de tanta preocupação com os “dinheiros públicos”, e o dia de folga que se deram deputados e senadores para vieram à República de Curitiba só para fazerem coro à choradeira do 51 vai ser descontado ou não? Em média é uma bagatela de R$1.500,00, ou seja, não dão nem quatro vezes o que a tal “babá” ganha. Esta indignação está me parecendo puro delírio de gente desocupada.

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