por Fernando Muniz
Bom, uns não falavam quase nada, nem sabiam onde colocar as mãos, que entravam e saíam dos bolsos o tempo todo. Pareciam ter acabado de ser pegos espiando pela fechadura da porta. Iam embora como chegavam, de supetão, cheios de culpa. Nem se despediam de mim ou da secretária. Mas levavam os envelopes mesmo assim.
Outros eram mais falantes, queriam puxar conversa, como se fosse necessário termos algum tipo de laço, ou amizade. Gente comum, sabe? Brasileiro típico, simpático. Esses eram os mais inconvenientes. Teve um, não sei como, que descobriu ser da mesma cidadezinha que o meu pai. Infernal! Passou vinte minutos tentando adivinhar se possuíamos algum vínculo de família. Tive que cortar a conversa a facão. Cacete demais. Ficou ofendidíssimo, tanto que fui repreendido pela chefia.
Alguns exigiam ser atendidos em casa. Lá ia eu, perder tempo, servido de café e doces por um exército de mucamas, louco para ir embora, porém retido por um assessor, ou emissário, que imaginava exercer função muito importante.
Não que eu tivesse alguma relevância. De jeito nenhum. Posso até saber fatos e datas que enrolam um ou outro e metem areia na engrenagem, mas ela vai continuar funcionando. Não me levem a mal; nem passa pela minha cabeça soar feito profeta. Mas sabe por que a máquina não vai parar?
Certa vez falei com um prefeito de interior e sua acompanhante, acho que secretária de finanças. Fui ao hotel em que se hospedaram e nos encontramos num quarto, luxuoso, apesar de eu não gostar da situação. Tinha algo de lascivo no jeito que acariciavam as notas, apalpavam os maços e os colocavam nos bolsos, numa pasta de executivo e numa bolsa de mulher. Faziam o sinal da cruz em meio a gargalhadas, olhavam para o teto, viravam os olhos de satisfação. Trocavam olhares enquanto combinávamos as próximas entregas. Sem brincadeira, pensei que eles iriam se atracar ali mesmo, na minha frente, de tão alegres. E me convidar para a festa. Especialmente ela, vestida com pouca roupa. Eu ali, hipnotizado com o efeito que aquele pacote causou neles, senti uma sensação de poder, sabe? É muito forte a sensação de comprar o próximo.
Mas me desculpe por fugir do foco. Aos fatos, datas e nomes, então.
O escrevente poderia botar qualquer nome que vai colar em todos,quanto aos metodos tem aqueles que são entregues em caixas de sapatos enrustidos como presente,e cabe na caixa exatamente 120 mil reais em notas de cem.
Quanto as acompanhantes,é gostoso o poder por isso,são oferecidas até as filhas já moças e heradas,nesse mundo não tem mãe na zona,todos são putos ou putas.
A unica coisa que nos honra é dizer,escrever e rir para não chorar deles,até por que nada podemos fazer para impedir.
Tenho um primo na família de origem árabe que foi contratado por sua beleza fisica para conquistar prefeitos e lhes vender super postes nas cidadezinhas do interior.
Ficou rico em pouco tempo alem de ter casos de amor com dezenas de filhas de prefeitos por esse Brasil afora,e claro que corria gordas comissões e as obras eram até multiplicadas por dez tal era a fome dos politicos. Então é assim,200 bilhões por ano pelo ralo e as filas e os doentes nos corredores de hospitais só aumenta,enquanto isso o sr Moro se preocupa com o super star Lula para que não se candidate e outro grupo toma conta da mina.