O silêncio de Zé Dirceu enquanto esteve preso pelos federais até o habeas corpus de ontem foi bem treinado enquanto ele viveu clandestino em Cruzeiro do Oeste, no Paraná, de 1975 a 1979, depois que voltou da temporada cubana. Nem a mulher dele, Clara Becker, com quem teve o filho, o hoje deputado federal Zeca Dirceu, sabia com quem estava casada e dormia – coisa que só aconteceu com a anistia. Dirceu era Carlos Henrique Gouveia de Mello, que virou comerciante e abriu a butique “Magazine do Homem”.
Diz a lenda que antes de Cruzeiro, passou pela minha Santa Isabel do Ivai. Lá, não largou âncora porque naqueles dias se prendia o finado advogado Enéas Pereira Rodrigues que ficou um tempão aqui no quartel da Rui Barbosa que era onde guardavam os presos políticos.