por José Maria Correia
Melhor seria não morrermos nunca.
Nem nós, nem os que tanto amamos.
Mesmo, até quem já não sentimos mais amor
E também os que deixaram de nos amar.
Entretanto morreremos todos,
Assim e indiferentemente destinados.
Então, temos uma outra possibilidade.
Renascer todos os dias,
Como se tivéssemos morrido ontem.
Abrir os olhos nas manhãs radiantes do mundo.
Como vindos de uma gravidez da noite suave.
E despertar saudando a vida
Com entusiasmo e ânimo
Sempre como um primeiro dia
Uma primeira vez surpreendente
Indo encontrar todo o amor que nos espera
E deve existir em algum lugar,
Mesmo distante ou no passado
E se tudo é tão incerto
Menos a tal morte anunciada
Há que tornar essa vida que temos,
Solo una.
Em um oceano de muitas vidas infinitas,
Plenas de riscos, de descobertas,
Mistérios e achados e escolhas novas
Maiores até que o maior dos nossos sonhos,
Até os sonhados e desacreditados
Mas que resistem
Em não morrer também e alimentam
Os nossos desejos mais secretos.
Até o despertar para viver
Assim em plenitude e encantamento
Conspirando para não morrer.
Pois é,eu imagino viver eternamente,ou então ir para o céu coalhado de anjos,lindas virgens,grandes quantidades de peixes e animais,todos se lambendo sem eu poder fazer um churrasco,sem poder flertar com uma gostosa vestida de branco,sem o sabor de uma rucula co ajinomoto e azeite e vendo lá embaixo meus entes queridos envelhecendo e morrendo.
STOP,deixe o mundo como está,como bebo e cago,faço tudo que posso para viver os parcos anos bem e depois que eu bater a cachuleta NOTHING ELSE MATTERS,