18:18“Até quando vamos permitir que nos matem?”, desabafa ativista venezuelana

Da assessoria de imprensa do PPS:

Vinte e seis mortos somente no mês de abril. Seiscentas pessoas torturadas nos últimos 15 anos pelas forças do governo em 61 incidentes documentados. Mais de 1400 presos políticos. Abuso sexual nas cadeias. Tumbas subterrâneas para o cárcere de opositores. 70% dos partidos dizimados. 40% das crianças sem poder ir para a escola porque não tem o que comer. Classe média extinta, miséria nas ruas e coletivos paramilitares armados pelo regime para intimidar a população que clama por democracia.

Assim é a Venezuela hoje segundo relato da advogada e ativista Tamara Suju, diretora do Centro de Estudos e Análise para a América Latina (Instituto Casla), que nesta terça-feira (25) participou de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados para falar da denúncia que apresentou perante o Tribunal Penal Internacional sobre a prática sistemática de tortura cometida pelo governo da Venezuela nos últimos 15 anos.

“Até quando vamos permitir que nos matem?”, desabafou Tamara, que pediu ao deputado federal Rubens Bueno (PPS-PR), que presidiu a audiência, auxílio do governo e do legislativo brasileiro no acompanhamento do andamento da denúncia no tribunal internacional. “Estamos a ponto de entrar numa guerra civil. O que queremos é auxílio. Não temos poder para nos defender”, alertou a ativista, que também cobrou uma posição mais firme da Organização dos Estados Americanos (OEA) diante do quadro generalizado de violação dos direitos humanos no governo de Nicolás Maduro. “É lamentável que existam governos que não entendam o que estamos passando”, reclamou.

Na audiência, Rubens Bueno lembrou que a Assembleia Nacional da Venezuela estava promovendo um debate sobre a política de Estado de armar coletivos paramilitares para cometer crimes políticos em cumplicidade com a Força Armada Nacional. Diante da situação, pediu mais detalhes para Tamara Sujo. “Armar coletivos paramilitares é uma política pública do governo da Venezuela?”, indagou.

De acordo com a ativista, o governo montou coletivos armados que agem impunemente para intimidar a população. Eles atuam em conjunto com as Forças Armadas e nos protestos contra o governo de Maduro fazem a primeira barreira contra os manifestantes. “A população venezuelana está totalmente desprotegida. Das 26 mortes registradas nos protestos desde 1º de abril, pelo menos 10 delas são creditadas aos grupos paramilitares. Em que país do mundo o governo arma grupos paramilitares para aterrorizar a população? Hoje, o venezuelano já não pode sair de casa sem temer pela sua vida”, relatou a convidada, que deu detalhes sobre os casos de tortura que documentou nos governos de Hugo Chávez e Maduro. “Houve a sistematização da tortura. Existe até uma cartilha para padronizar a tortura entre as várias forças de repressão”, contou Tamara Suju.

No encerramento da audiência, Rubens Bueno ressaltou que o Legislativo brasileiro está comprometido com a luta dos defensores da liberdade na Venezuela, tem recebido e acolhido diversos líderes da oposição no país e denunciado a situação em organismos internacionais, como o Parlamento do Mercosul. Lembrou ainda que a Câmara dos Deputados vai promover, no dia 23 de maio, em Brasília, uma conferência em defesa da democracia na Venezuela que reunirá presidentes e representantes dos parlamentos de toda a América do Sul.

Samara Suju agradeceu o apoio de Rubens Bueno, da presidente da comissão, deputada Bruna Furlan (PSDB-SP), e dos outros 16 parlamentares que participaram da audiência. Ao final, comparando a situação da Venezuela de hoje com a de antes dos governos de Chávez e Maduro, disse: “Nos roubaram a felicidade!”

 

4 ideias sobre ““Até quando vamos permitir que nos matem?”, desabafa ativista venezuelana

  1. Sergio Silvestre

    26 mortes só em um final de semana Curitiba ganha disparado e não tem nenhuma ativista berrando.

  2. jose

    E o imbecil do pombo silvestre, que se acha democrata, defende com unhas e dentes seus bandidos de estimação, inclusive este ditadorzinho que escuta passarinhos.
    Parabéns silvestre, comentários como esse só ajudam a mostrar a verdadeira face de quem apoia aquilo que você chama de esquerda…

  3. TOLEDO

    Silvestre, esse José é coxinha ??? Ele não sabe o que é esquerda ? Pensa que é palavrão.

  4. jose

    Toledo, apesar de sua covardia, aliada à falta de inteligência e total ignorância política, vou responder:
    Na tua cabeça, quem é contra bandidos é “coxinha”, como não tenho bandidos de estimação para mim todos devem ser condenados e presos.
    Vou desenhar: para mim tanto faz o partido ou quem seja, se cometeu um crime tem que ser investigado, processado e julgado; se for culpado que seja preso. Seja quem for.
    Tira a viseira e fica em duas patas, tem um.mundo inteiro para você conhecer antes de começar a achar que sabe alguma coisa. E não é arrogância minha, mas só pelas idiotices que você escreve é facílimo de perceber o seu grau de desinformação. O mundo não se divide da forma que você acredita, há muito mais que esta visão simplista e turva que você tem.
    A propósito: você votou no temer, eu não tenho culpa disso.
    Quanto ao meu conhecimento sobre o que é esquerda: estuda uns dez anos e volta a discutir comigo. Ah, esqueci que você é preguiçoso e só lê resumos que o partido recomenda…

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