O Tremendão Erasmo cantou para uma zinha qualquer – talvez a mesma daquela que ele esperava fervendo no passado: “Vai ver se estou na esquina – e leva seu cartaz”. O disco estava rodando num aparelho velho. Quem ouvia não entendeu nada e ao ver, do alto do prédio, duas turmas de debiloides empunhando cartolinas, tacos de beisebol, barras de ferro, facas e estraçalhando as palavras escritas na cabeça dos inimigos, resolveu agir na base do pó – pó de mico. Jogou quilos que guardava para uma ocasião histórica e histérica como aquela. Aí ficou no sossego só esperando a hora de ver aquelas turmas se coçarem. Eles fizeram isso rapidinho. Mas, tanto, que esqueceram ideologias e, no congraçamento humano que resultou a enlouquecedora coçassão, se irmanaram e, organizados, formaram um grande trem, para melhor facilitar a coisa. Aí, aconteceu: quando tudo melhorava, houve uma primeira encochada. Aí virou zona. Combinaram apenas que, a continuar aquilo entre esquerdóides e direitóides, haveria um revezamento para que o da frente não só tomasse e o de traz não só enfiasse. Passaram um bom tempo assim, até que chegou a tropa de choque. Um líder fez o convite para que os homens da lei participassem – pelas causas dos dois grupos, até então antagônicos. Foi o que baixou para o pau comeu pra valer.