Rogério Distéfano
Pesquisadores de Minas Gerais descobriram que o veneno da aranha armadeira poderá ser usado na elaboração de remédio para a impotência. A picada dessa aranha causa priapismo – daí o nome armadeira? Problema causado pela aranha será resolvido com a aranha.
O ministro Gilmar Mendes negou habeas corpus para Eike Batista. Será que o ministro mudou depois da temporada em Cambridge, EUA, a mesma em que estiveram Dilma e Sérgio Moro?
Marcelo Odebrecht deu depoimento ao juiz Sérgio Moro. Disse que entregou R$ 13 mi para Lula. Calúnia. O ex-presidente não iria se sujar por tão muito. Ou não.
O relator da reforma trabalhista na câmara dos deputados propõe eliminar 100 artigos da CLT. Já não era sem tempo. Agora, decepar uns 200 artigos da Constituição ninguém propõe. É que a CLT é ruim para os empresários e a Constituição é excelente para os deputados.
Marilena Chauí, a filosofa petista, deu palestra na Reitoria, ontem. Tanta gente para ouvir a padroeira do PT lembrava a romaria de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Tudo questão de fé.
O Brasil tem coisas notáveis, uma delas o eufemismo. Como esse tal ponto facultativo de quinta-feira próxima. Ponto é fácil; é o registro de presença, assinado ou clicado em cartão. Por que facultativo? Porque o funcionário pode assinar como pode não assinar o ponto, bater ou não bater o ponto, ou seja, vem para a repartição se quiser, não terá desconto nem problema disciplinar. Isso em tese, porque a síntese é outra.
Acontece que em dia de ponto facultativo a repartição nem abre e o funcionário já se programou para dormir até mais tarde ou já está na praia, emendando o ponto com a vírgula, no caso o feriado que sempre vem junto. Então por que o ponto é facultativo? Porque é feriado disfarçado, uma vez que os feriados, nos quais não tem ponto e é obrigatório não trabalhar, estão todos relacionados na lei. Isso é Brasil.
Talvez a nossa primeira virtude seja a de querer reinventar tudo o que já foi inventado e, esta estória de eufemismo diz muito do que somos nós, adoramos dourar a pílula, aí ela nunca fica amarga. O Ponto Facultativo, excrescência que só quem já militou no Serviço Público conhece. Aí fora, aonde o povo paga a conta este tipo de coisa não existe, é desconhecido de todos. Outra das nossas criações se dá também no campo das Licenças e, a mais conhecida é a Prêmio Por Assiduidade. Tem gente que não sabe nem o nome da licença mas morre lutando por ela. Vivemos em um país sui generis, talvez o único em insistir em reinventar o que já existe.