O ritmo do governo de Michel Temer pode ser avaliado por esta lambança das nomeações dos paranaenses Rubens de Camargo Penteado, o Rubico, e Ramiro Wahrhaftig, indicados pelos deputados federais Rubens Bueno (PPS) e Eduardo Sciarra (PSD), respectivamente, para a diretoria da Itaipu. O presidente disse ontem, depois da publicação no Diário Oficial, que iria mandar verificar as possíveis irregularidades por conta da lei que proíbe que dirigentes partidários ganhem cargos em estatais – o que é o caso dos dois. Expressionante! Rubico e Wahrhaftig foram anunciados em dezembro passado pelo gabinete da presidência, quando ficou decidido que Luis Fernando Vianna, presidente da Copel, seria o novo diretor-geral em substituição a Jorge Samek, no posto deste o começo da era PT no poder. A confusão começou ali e, por isso, só ontem, depois do carnaval, houve a publicação, mas com o atropelamento da lei. O representante do PPS tratou de se incluir fora dessa e avisou que não aceitaria o cargo, mesmo porque, como foi informado aqui, de área técnica de uma hidrelétrica talvez ele só se saia bem trocando uma lâmpada. Outra: em dezembro seu nome constava como titular da área administrativa.  O desgaste desta troca de comando na Itaipu demonstra também o quanto a disputa política nos bastidores pode causar estragos. Para quem já esqueceu, em junho do ano passado se anunciou que o novo diretor-geral seria de Rodrigo da Rocha Loures, ex-presidente de Fiep e pai do deputado federal Rodrigo Rocha Loures, até há pouco assessor especial de Michel Temer e agora é líder da bancada na Câmara. Não houve desmentido – nem nomeação. A coisa bateu na trave – e ficou por isso mesmo. No final do ano Vianna apareceu, o governador Beto Richa (PSDB) faturou politicamente, porque indicou o nome, mas aí veio a esparrela dos nomes dos dois diretores que continuam na berlinda. Além disso, como aqui também foi revelado,  um email de Vianna, que saiu da rota para onde se dirigia, dava uma geral com a ficha de prós e contras do time que iria compor a diretoria – com destaque para o problema que não foi sanado e continua fazendo estrago até agora. Mas, como o presidente Temer vai mandar verificar… A conferir.