Rafael Greca imaginou assumir a prefeitura de Curitiba tocando uma tuba e um trombone ao mesmo tempo – e fantasiado de reizinho da corte para atropelar o silêncio ensurdecedor que, entre outras coisas, atropelou seu antecessor. Em dois meses de gestão imaginou tocar uma música esperada pelos curitibanos. Isso, sob os holofotes. Ao mesmo tempo, achou que poderia passar o rastelo para tentar resolver um problema básico de qualquer administração, que é o da economia, porque sem dinheiro não há milagre – nem se Nossa Senhora da Luz dos Pinhais ficar ao lado dele, ao vivo, no gabinete, dando palpite. Agora, quem estava com os olhinhos brilhando esperando a fuga das capivaras com a verborragia de quem se acha inteligente, espirituoso e humorado por causa de frases feitas, começa a desconfiar que o prefeito está tocando um apitinho chinfrim – instrumentos musical que, na fotografia tridimensional da figura do alcaide, quase não aparece. Ele, contudo, tem o crédito da maioria que o ressuscitou politicamente através do voto, e muito tempo para acertar a mão, ou a boca, ou a música. Só se espera que não procure isso de ônibus.