O batismo de fumaça veio logo depois do outro, o do álcool. Um gole de cerveja, amarga. Uma pacoteira de maconha comprada num mocó nas quebradas. Charola enrolada, baforadas em grupo e um sufoco logo depois, com a barca da polícia estacionando do outro lado da rua. Ele dizendo que não sentia nada. Já estava chapado – e não sabia. Ele e os amigos, da grana, Fusca envenenado, foram parar a cem quilômetros dali, no meio da madrugada, banho de mar vestidos como Adão no paraíso antes do pecado. Subida da serra, mais mato queimando. Só em casa sentiu o drama, sol na cabeça, alguém abrindo a porta e a confissão. Anos depois a recordação. O que apresentou o mato fedido, grande profissional, morando no estrangeiro e a anos luz do que imaginava ser a chave para sentir mais. O que fumou pela primeira vez naquela passagem de ano, quase morreu na trilha aberta pelo álcool. Sobrevivente, agora pode e conta. Teve sorte de nunca ter sido preso para ser achacado ou desaparecido no inferno das prisões. Teve sorte de não matar ninguém ao volante. Teve sorte, porque experimentou de tudo e hoje pode dizer que é maluco de nascença – porque compara e garante que não precisa de nada – apenas viver para sentir.
Pois é,bem vindos ao mundo homens e mulheres que vivem a procura de algo que possuem ,mas pensar não ter. To meio xaropado hoje.grunfhhhhh.