A morte do ministro Teori Zavascki, dias atrás, na queda de um turbo-hélice privado no litoral do Rio de Janeiro, foi a mais recente comprovação da atitude nacional de pouco-caso diante de comportamentos oficiais que não fazem nexo. O ministro Zavascki não poderia estar naquele avião, porque não era avião dele – estava viajando de favor, e um magistrado do Supremo Tribunal Federal não pode aceitar favores, de proprietários de aviões ou de qualquer outra pessoa. Nenhum juiz pode, seja ele do mais alto tribunal de Justiça do Brasil, seja de uma comarca perdida num fundão qualquer do interior. (José Roberto Guzzo)
Mas só ficamos sabendo de tal deslize porque o avião aonde o cara estava viajando caiu. Caso contrário nunca ficaríamos sabendo de tal fato. Em Pindorama somos todos inocentes, até que descobrem as nossas falcatruas.
Guzzo é um dos mais brilhantes articulistas deste país – e corajosos. É isso mesmo, o que estava fazendo o neo-santo naquele avião???
Cada maluco com as suas idéias. Levar o fato ocorrido para esse tipo de discussão é querer aparecer, sendo diferente da maioria. Quer dizer que ministros do supremo não podem ter amigos, ricos prin- cipalmente. Ora, ora, respeitemos a honra das pessoas que sabemos existir. Não é uma questão de favor prestado mas de desfrute da amizade de poucos amigos. O País virou realmente um assombro, onde todos desconfiam de todos e julgam os outros pelos seus próprios atos. Vamos devagar com o andor.
Imprudente o finado: Nem poderia aceitar favor de terceiro. E um ministro voar, viagem de recreio, ao lado do dono do avião, mais duas mulheres até então desconhecidas? No mínimo, intrigante.