18:39Passeio e solidão

História curitibana. A senhora, elegante ao extremo, passeava ao lado da cuidadora por uma calçada arborizada. Mais de 90 anos, mas nada de bengala, apoio da acompanhante. O andar, firme, decidido. Um jovem passou, olhou e lhe fez um elogio, de forma natural. Ela sorriu, agradeceu, mas disse que era uma pessoa triste porque o marido a tinha deixado há pouco tempo. Revelou então que ele partiu com 103 anos. O admirador tentou consolá-la, dizendo que o importante é que ela estava lúcida, bem fisicamente, etc. Ela disse que não. Insistiu que sofria de solidão, apesar da companhia que tinha e estava ali ao lado. Depois, falou: “Ele era meu grande amigo, inseparável. Não tinha esse negócio de amor, não, como falam por aí. Por isso sinto tanta falta dele”.

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