Rogério Distéfano
DE QUE VALE UM NOME?
O PTN mudou de nome; agora será PODEMOS. O PT também podia mudar. Para FODEMOS.
MELÔ DO BOFE
Rafael Greca vai mesmo acabar com a Oficina de Música de Curitiba. Nada sei quanto a instrumentos e partituras. Mas o que dava de músicas bonitas na Oficina, nem te conto. Esse prefeito não deve gostar de músicas. Nem mesmo de Simone & Simaria, as bregêmeas do momento.
TEMER NA MOSCA
Os muito mortadelas que perdoem, mas Michel Temer acertou pela primeira vez. Foi na reforma trabalhista. Não é porque não se gosta dele que tudo que ele faz é errado. Isso só existe em cabeças fanáticas. O primeiro sinal de que acertou está no desagrado das centrais sindicais. A reforma tira poder dos sindicatos, que sempre tiveram poder demais e dinheiro carimbado, garantido, o imposto sindical.
Uma estrutura que tem quase noventa anos, antiquada, defasada, ranço de ditaduras, a fascista italiana e a fascista getuliana: aquilo de um só sindicato por profissão, uma federação para os sindicatos de certa área, uma confederação para as federações de certa região. A unicidade sindical, em três níveis, obrigatória no modelo e estrutura, sobre a qual pairam as centrais sindicais, soltas num olimpo movediço onde operam sem responsabilidade legal sobre o sistema – e recipientes de dinheiro público, pois seu DNA o exige.
Temer e antecessores – exceto Lula/Dilma, criaturas do sistema – não tiveram força nem interesse – caso dos militares – de fazer o que necessário desde a queda de Getúlio Vargas, em 1946: desmontar a estrutura cartorial e tributária dos sindicatos. Num rompante até incompreensível e inédito de força, Temer faz o que pode e ataca os efeitos, sem mexer na causa.
Caso da jornada de trabalho, que pode ser estendida para doze horas, com possibilidade de horário móvel e banco de horas. É mecanismo para flexibilizar o sistema e ajudar na manutenção de empregos. Intervalo de meia hora para almoço, facultativo, com automática antecipação do fim da jornada. Essa coisa de duas horas para almoço vem do tempo em que o trabalhador voltava para casa para comer, que acabou há décadas, mas permanece numa CLT octogenária. Saia pelas ruas e confira o número de trabalhadores pelos cantos, nas proximidades da empresa, à espera de bater o cuco das duas horas.
Os sindicatos não gostam, pode haver fraude por parte dos patrões. Pode, é claro, mas fraude se corrige com denúncia e fiscalização. Tem medo na denúncia e corrupção na fiscalização? Sim, sem dúvida. Porém a constrição da lei, na CLT, não resolve; evita a evolução. Os sindicatos não podem fiscalizar, falta-lhes poder de polícia. Todavia têm poder maior, o político, de pressionar, denunciar, estacionar o carro de som com o berrante na frente da empresa.
Fácil seria se concordasse com você, mas vou discordar quanto as horas trabalhadas, mas concordo plenamente com o desmonte do aparelho sindical, ele é tão velho e anacrônico como a nossa CLT que, nem está parada no tempo, ela está fossilizada no tempo. Até ontem perdia a fé no presidento, mas ele deu uma bola dentro, vetou o calote dos Estados, agora eles também vão ter que cortar na carne.