9:48A questão do pedágio espera um Messias

Do analista dos Planaltos

        Quem tem a solução para o pedágio nas rodovias paranaenses? A questão foi levantada ontem à noite em um jantar de fim de ano que reuniu empresários do Estado de médio e grosso calibre. Feita a indagação, outra logo surgiu: quais foram os secretários de Transportes que estiveram mais envolvidos com o tema?

        Foi o lembrado o nome de Deni Schwartz que começou a discutir o assunto na primeira gestão de Jaime Lerner, depois veio Heinz Herwig que efetivamente implantou a cobrança. Foi a época do famoso “degrau para baixo” que diminuiu o valor do pedágio e reduziu obras. O período Lerner ainda teve no comando da SETR, atual SEIL, os Justus: Wilson Justus e Nelson Justus.

       Com a volta de Roberto Requião ao Palácio Iguaçu, Waldyr Pugliese chegou a Secretaria dos Transportes embalado pelo slogan de campanha “Pedágio, abaixa ou acaba”. Não acabou e nem baixou. Pugliese passou o bastão para Rogério Tizzot. Com Orlando Pessuti substituindo Requião, Mario Stamm foi para a SETR.

       Foi um período curto – apenas o segundo semestre de 2010 – mas produtivo para alimentar a discussão do pedágio. Stamm levantou questões como a cobrança da Taxa Interna de Retorno embutida no contrato, contratos renováveis de cinco em cinco anos, contrapondo ao estabelecido de 24 anos, parcerias para as rodovias com PPP, correção geométrica de traçados, projetos compatibilizados com ações ambientais. Enfim, uma nova concepção do modelo de concessão adotado pelo Estado. E foi na sua gestão que a ABCR foi convidada a voltar a dialogar com o governo.

       Na sequência com Beto Richa eleito, seu irmão José, o Pepe, assumiu a pasta rebatizada de Infraestrutura e Logística. A trégua entre poder público e concessionários foi estabelecida. Processos de lado a lado ficaram congelados e obras de contornos e duplicações começaram a aparecer. O valor do pedágio continuou nos patamares estabelecidos. De nada valeram apelos das classes produtoras.

      Fora do Estado a senadora Gleisi Hoffmann (PT) abordou o assunto junto ao TCU, invocando que a maior extensão do Anel de Integração é formada por rodovias federais. E agora o deputado federal Sérgio Souza (PMDB) assumiu a relatoria da MP 752 que trata de contratos restritos ao Programa de Parcerias de Investimentos, criado pela Lei 13.334/16 do Governo Federal. Suas ações específicas em Brasília podem refletir no Paraná.

      Conclusão dos empresários: a solução para o pedágio continua à espera de um Messias.

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