Rogério Distéfano
QUE ME PERDOEM os internautas, mas não me passa isso de ‘hihihi’, marca registrada do titular do blog, os ‘rsrsrs’ dos tímidos ou o abominável ‘kkk’ dos que escracham – estes sem limite para o número máximo de repetições, observado o mínimo das três unidades. Em tempos de internet são os signos obrigatórios do humor, herdeiros dos hahaha e quaquaqua das histórias em quadrinhos, reguladores da gargalhada, do risinho contido – ouso lembrar o ‘smirk’, palavrinha inglesa do sorriso de prazer discreto. Verdade, todos rimos, mesmo os que odeiam as letrinhas do riso virtual.
Uma coisa é o riso, a ser modulado pelo momento, o local e a intensidade do saque de humor; outra é a transcrição pseudo-fonética nas letrinhas. Que sequer vêm moduladas, como se espera de risadas e gargalhadas. Não, os usuários usam-nas arbitrariamente, sem a discrição e a discreção ditadas pela circunstância. Pior; escondem-se nas letrinhas para mostrar que aprovaram – ou reprovaram, pois que as letras, de igual, expressam sarcasmo. Estou aqui a posar de inglês, para quem o humor não remete à hilaridade, sim à inteligência: importante entender o mote, não explodir em ruidoso contentamento.
Como na ilustração: se as imagens mostram o riso, por que as letras? Ou na rede, blogs, e-mails e comentários, quem escreve não deve se rebaixar e incluir hi hi hi na mensagem, sim confiar que o leitor a entenda. E este, que guarde para si o contentamento e a compreensão, ou os expresse na língua cursiva, um e outro casos tributos recíprocos às recíprocas inteligências. Azedume de vítima, caso deste cronista? Então mereço as letrinhas do desagrado, reverso do kkk – seria o argh! dos quadrinhos? Sejam piedosos e tomem estas linhas como desabafo: não rio, nem gargalho, apenas sorrio nas anedotas- e as narro muito mal.
Tem também o sóc, pôu, plaft, tuum na briga do Durango Kid, o sniff…sniff…do choro, o Buuuummmmm, da resposta ao chamado de Shazam do Super-Homem, por ai….