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Há 29 anos, uma voz solitária fiscaliza os três poderes e as grandes corporações da Amazônia. Seu nome: Lúcio Flávio Pinto.
Em 1987, depois de cobrir a Amazônia para alguns dos maiores jornais e revistas do país, o jornalista e sociólogo Lúcio Flávio fundou o Jornal Pessoal. Para que pudesse ter total independência, o jornal nunca aceitou publicidade. Desde então, sobrevive apenas com os recursos arrecadados com as vendas em banca.
Sediado em Belém, no Pará, e com edição quinzenal, o Jornal Pessoal é mais longevo veículo alternativo da imprensa contemporânea do Brasil – não, contudo, sem um imenso sacrifício pessoal.
Em razão das denúncias publicadas no Jornal Pessoal, Lúcio Flávio já foi alvo de 34 processos judiciais (4 ainda em curso), recebeu inúmeras ameaçasm, inclusive de morte, e foi agredido fisicamente por poderosos da Amazônia que gostariam que o Jornal Pessoal não existisse.
O Jornal Pessoal é sinônimo de jornalismo investigativo e combativo na Amazônia. Para citar um único exemplo, foi Lúcio Flávio quem desvendou a morte do ex-deputado Paulo Fonteles de Lima, primeiro advogado a defender posseiros em conflitos de terra no Pará.
Seu trabalho é reconhecido no Brasil e no exterior. Veja alguns dos prêmios recebidos por Lúcio Flávio:
* Prêmio Colombe d’Oro per la Pace, concedido pela ONG italiana Archivio Disarmo em reconhecimento à sua significativa contribuição na promoção da paz;
* Internacional Press Freedom Award, concedido pelo Committee to Protect Journalists (CPJ), sediado em Nova York, como reconhecimento por seu destacado trabalho na defesa da liberdade de imprensa;
* Prêmio Esso (quatro vezes), o mais importante da imprensa nacional;
* Prêmio Wladimir Herzog, o mais importante do Brasil na área de jornalismo e direitos humanos;
Lúcio Flávio é o único brasileiro na lista dos mais importantes jornalistas do mundo da ONG Repórteres Sem Fronteiras, com sede em Paris;
Ele também tem uma profunda relação com a academia, já tendo sido:
* Professor visitante do Centro de Estudos Latino-Americanos da Universidade da Flórida em Gainesville, EUA;
* Professor visitante no Núcleo de Altos Estudos Amazônicos e no Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal do Pará (UFPA).
Com mais de 50 anos de atuação no jornalismo, Lúcio Flávio tem 21 livros publicados.
Apesar de sua gigantesca e heroica folha de serviços prestados à Amazônia, o Jornal Pessoal de Lúcio Flávio Pinto corre o risco de acabar. Os recursos angariados com a venda em banca já não são suficientes para cobrir seus (módicos) custos (R$ 5.840 por mês). Nos últimos tempos, Lúcio Flávio tem feito dívidas pessoais para continuar bancando o jornal, mas há muito já ultrapassou o limite do possível. Caso não receba um aporte extra, o Jornal Pessoalencerrará suas atividades no começo de 2017.
Esta “caixinha” tem como objetivo levantar recursos para bancar os custos do Jornal Pessoal durante dois anos. Não é uma solução definitiva, mas já é um bom começo.
Às vésperas do 30º aniversário do Jornal Pessoal, esse é o melhor presente que você poderia dar à Amazônia, maior fronteira de recursos naturais do planeta.
Colabore! Divulgue! Não deixe a Amazônia perder uma de suas vozes mais importantes!
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18/01/2011 · 6:01 PM
Jornal Pessoal, radar da Amazônia
Jornalista Lúcio Flávio Pinto
Ele é um jornalzinho feio (jornalzinho porque pequeno; feio porque feio mesmo). Tem 12 páginas – sem cor e sem fotos. Circula de quinze em quinze dias. É um herói, e por várias razões:
- Nenhum outro veículo brasileiro é tão rigoroso com os preceitos jornalísticos;
- Para garantir a independência de seu conteúdo, o jornal não aceita publicidade. Vive exclusivamente da venda avulsa (R$ 3 a edição);
- Do PT ao DEM, de Lula a Serra, o jornal disseca as entranhas e retira as tripas – e mostra tudo a seu público, sem medo de chocar;
- Fiscaliza com lupa o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. Denuncia com vigor relações promíscuas entre capital & poder. Vigia a mídia;
- Se uma autoridade, um empresário ou um jornalista mentiu, o jornal, quando tem provas, publica: “mentiu”. Se roubou, diz “roubou”. Simples assim;
- Sua coragem não é exercida sob a proteção de multidões ou instituições do Sul Maravilha. Sua base fica na distante Belém; sua praça é a Amazônia dominada por feras que, com liberdade, agem acima da lei;
- Como bate muito, o jornal apanha. Advogados de notório saber e jagunços de soco inglês já foram acionados para tentar calá-lo. Na Justiça, contam-se mais 30 processos e quatro condenações contra seu editor. Nada, porém, deteve o jornal. Em 2011, terá início o seu 25º ano de publicação.
Este é o Jornal Pessoal, uma teimosia de Lúcio Flávio Pinto.
Com admiradores (muitos) e colaboradores (alguns) espalhados pelo mundo, o JP é uma experiência solitária de um dos maiores jornalistas do Brasil. De 1966 a 1988, Lúcio Flávio passou por algumas das maiores e melhores redações do país, sempre com foco na Amazônia. Ganhou, entre outros, quatro prêmios Esso, o mais cobiçado do jornalismo nacional.
Em busca de um jornalismo extremado, em 1988, Lúcio Flávio abandonou a grande imprensa para se dedicar exclusivamente ao seu Jornal Pessoal. Desde então, a agenda amazônica do jornalista é acompanhada, no Brasil e no exterior, com vivo interesse – e aplausos.
Por seu trabalho em defesa da verdade e contra as injustiças sociais, recebeu em Roma, em 1997, o prêmio Colombe d’oro per La Pace. Em 2005 recebeu o prêmio anual do CPJ (Comittee for Jornalists Protection), de Nova York, pelas denúncias que faz em seu jornal e pela defesa da Amazônia e dos direitos humanos. Entre uma edição e outra, Lúcio Flávio escreveu quinze livros, todos sobre a Amazônia.
Fora do Brasil, Lúcio Flávio é tratado com reverência. Um exemplo: o jornalista norte-americano Larry Rohter, ex-correspondente do New York Times no Brasil, registrou no seu livro (Deu no New York Times) que o JP foi o primeiro a detectar a importância da penetração chinesa na Amazônia, em 2001. No Brasil, contudo, as coisas não são fáceis para Lúcio Flávio e seu JP.
Além da imensa pressão que enfrenta por parte daqueles que querem calá-lo, Lúcio Flávio banca o jornal sozinho. Como não abre mão da independência, não aceita anúncios. Em 2008, abrindo uma nova frente para o JP, o jornalista começou a colocar ao alcance público, na internet, todo o arquivo do jornal (www.lucioflaviopinto.com.br). Como, nesse caso, além de não contar com receita de anúncios, ele não iria faturar com a venda direta aos leitores, Lúcio Flávio abriu uma conta bancária para receber doações. O dinheiro, no entanto, mal pingou, e Lúcio Flávio mais uma vez teve de assumir os gastos (sem reclamar, diga-se de passagem – Lúcio Flávio não faz o estilo vítima).
Assim, contrariando as tendências do mercado, o Jornal Pessoal caminha para completar um quarto de século. Que venham outros! Quando o JP bate, a gente gosta.
https://lfigueiredo.wordpress.com/2016/12/01/ajude-a-amazonia-salve-o-heroico-jornal-pessoal-voz-e-fiscal-da-regiao-ha-29-anos/