O adiamento da reposição salarial dos funcionários públicos do Paraná estava aprovada desde que a ideia foi colocada no papel e enviada à Assembleia Legislativa do Paraná. É, como sempre, o jogo jogado em questões como essa. O esperneio, as reuniões, a contrapartida com o pagamento das gratificações e progressões, a retirada temporária da questão, o anúncio do pagamento da primeira parcela do 13º e até a ação jurídica, com o pedido de liminar para suspensão, tudo estava dentro de uma previsão de uma tacada como essa, tanto que a implosão desta feita pelo próprio presidente do TJ foi mais do que rápida. Na verdade, media-se a temperatura do sangue dos sindicalistas, para evitar reações como a que resultou na grande patuscada de abril do ano passado. A paisagem chamuscada do Brasil ajudou. Ontem, na Assembleia Legislativa, meia dúzia de sindicalistas ergueram o punho em protesto. O camburão que protagonizou a cena patética do 29 de abril estava silencioso numa garagem da Tropa de Choque da Polícia Militar. Os aliados do governador Beto Richa votaram “com a consciência tranquila do dever cívico”, como eles dizem. Vida que segue.