Rogério Distéfano
O EX-GOVERNADOR ANTHONY GAROTINHO fez de tudo para não ser preso por fraude eleitoral. Primeiro, abriu leilão para comprar o juiz, com propostas que subiram de R$1,5 mi a R$5mi. Depois literalmente esperneou para não ir de camburão para a Penitenciária de Bangu; borrava-se de medo dos traficantes lá presos (gente que ganha seu dinheiro com o suor do trabuco, sem mamatas, negociatas e propinatas).
Conseguiu prisão domiciliar graças a essas tecnicalidades que corrompem o Direito: o juiz da prisão pôs sob dúvida o atestado que recomendava tratamento médico na prisão e o desembargador do recurso entendeu que não cabe ao juiz essa decisão (e a segunda opinião médica, ou a junta médica, senhor desembargador?).
Agora o ex-governador corre o risco de perder a prisão especial, pois seu diploma de bacharel em teologia se supõe falso: fez o curso à distância, em onze meses, na faculdade privada de Roraima, onde reina a dinastia Jucá; o teólogo Garotinho foi tão iluminado por Deus que em duas disciplinas de 60 horas obteve os créditos nos mesmos dois dias de aulas, ou seja, 30 horas, contínuas (e distantes) para cada uma.
Ora, se Cristo andou sobre as águas, se Moisés abriu o mar, por que Garotinho não pode fazer o dia de sessenta horas? Com tanta teologia e tão poderoso milagre, Garotinho deixa Deus em maus lençóis, no mínimo cúmplice por ação ou comissão. Um deles não escapa do processo. Quem? Deus, é claro.