Rogério Distéfano
CLÁUDIA CRUZ, mulher do ex-deputado Eduardo Cunha, prestou depoimento ao juiz Sérgio Moro. Melhor: fez de Moro o transmissor das perguntas de seus advogados, pois a conselho destes recusou responder às perguntas do juiz e dos procuradores da Lava Jato. Dá para entender, ela corre risco, está no processo junto com o marido, pode pegar vinte anos de prisão – reduzidos a dois no ameno esgástulo domiciliar, como dita a lei generosa e tolerante.
Coisa tocante, o depoimento. Cláudia informa ao juiz que embora jornalista, empresária e ex -apresentadora de jornal da TV Globo, em casa era tão somente esposa e mãe. Não perguntava de onde vinha o dinheiro que sustentava a vida luxuosa do casal, o pagamento das bolsas de US$ 5 mil, as miudezas Dior, Chanel, Balenciaga e outras quinquilharias. Não era dinheiro dela, deixa claro, era dinheiro do marido. Ela, antiqualha teúda e manteúda.
A ex-primeira dama da câmara dos deputados afirma que não sabia a origem do dinheiro. Confiança cega no marido, lealdade eterna, sem fazer baderna. Exemplo de devoção e candura, lembra ao juiz Moro que Eduardo “socava” a mesa e bradava inocência quando ouvia na televisão que seu dinheiro vinha de achaques e corrupção. Cláudia manteve os olhos estanhados enquanto depunha. Não de susto ou surpresa, mas falha do cirurgião.
Na foto de quando se dirigia ao centro penitenciário para visitar o marido, Cláudia levava na boca um esgar assustador, igual a tantos dos inalcançáveis de nossa zelite. Eduardo e Cláudia não gozaram plena a visita conjugal. Isso é coisa de preso pobre, do se não tem tu vai no tu de ti mesmo ao parceiro de cela. A malta do Lava Jato esgotou a libido ferrando o povo. Para os analistas, o depoimento de Cláudia ferrou o marido. E o coelho da páscoa põe ovos…
Pra que fazer na cela se lá fora tem uma fila esperando rsrsrsrsrs.