Rogério Distéfano
O ESCRACHO de hoje – inevitável – na rede: seu voto nulo, seu voto em branco, sua ausência, elegeram Rafael Greca. Se alguém ainda não sabe, saiba: nas redes sociais usa-se mais o fígado que o cérebro. O argumento, chamemo-lo assim piedosamente, parte da postura autocêntrica de que o candidato que perdeu, da preferência dos autores da crítica, era o melhor.
Auto/egocêntricos, os autores do escracho ignoram a democracia e a pluralidade. Sim, quem votou nulo, branco ou esteve ausente, não queria eleger Ney Leprevost. Também não queria eleger Rafael Greca. Era-lhe indiferente o eleito, um e outro se assemelham na essência e diferem no espalhafato. O ambiente de liberdade autoriza a auto exclusão do voto.
Se a lei autoriza anular, votar em branco e não votar, não se aceitam restrições a quem não escolheu qualquer candidato. Anular, votar em branco e não votar são atitudes tão políticas quando o voto ativo. São votos de repúdio ao sistema e aos candidatos postos. Voto útil e voto militante só se justificavam na ditadura. E olhe lá, vide o que nos sobrou.
O prefeito Gustavo Fruet declara que votou no menos pior, sem dizer qual. Se o engajamento de sua equipe diz alguma coisa sabemos que votou em Leprevost. Ora, se ele – preferido no primeiro turno por boa parte dos que agora votaram nulo, em branco ou se ausentaram – tapou o nariz ao optar pelo menos pior, por que seus eleitores teriam que fazer o mesmo?
Nulos, brancos e ausentes têm muito a ver com Fruet, que desde a posse fez o que pôde para não ser reeleito. Então, por que votar nos candidatos postos? Rafael Greca, o eleito, compara-se ao papa. Então habemus praefectus. Um alento: o outro Greca foi papa medieval, um Bórgia sem orgia. O novo Greca diz-se franciscano. Bendito seja.
Parabéns prefeito RAFAEL GRECA de MACEDO.
Contra tudo e contra todos você foi o vencedor.
Agora vá e monte a sua estrutura administrativa.
Quero ver CURITIBA brilhar novamente no cenário nacional.