Rogério Distéfano

ÚLTIMO DEBATE na televisão, quatro candidatos. Quatro, sim: Leprevost, Greca, Branco e Nulo. Branco e Nulo não foram mostrados na tela, são como vampiros diante do espelho, não refletem. Branco ausentou-se, vergado pela indecisão, é do tempo em que contava em favor do mais votado. Um irresponsável, irresoluto, indeciso, nem sei por que ainda tem abrigo no código eleitoral. Nulo estava lá, sem ser inquirido pelo moderador, não arguido pelos opositores, que morrem de medo dele. Porque Nulo hoje é de longe o melhor candidato.

De útil até aqui, e no debate ontem, Leprevost e Greca fizeram foi pedir que não votássemos em Nulo. Sabem a força do candidato, que disputa sem legenda, sem apoios e sem caixa dois. Perdão, Nulo tem o melhor dos apoios, o dos outros candidatos. Quando mentem, quando se agridem, quando prometem o impossível, é voto certo para ele. Ontem Nulo tirou votos até de Branco, exato no momento em que Leprevost prometeu diminuir a tarifa do ônibus assim que assumir a prefeitura e Greca reduzi-la nos horários de menor fluxo.

Nulo, realista, sabe que não passa de um fantasma, só tem forma na urna, nada vale para efeitos legais e eleitorais. Porém, sendo fantasma, assombra, ainda que por breve tempo, o tempo que vai do dormir ao acordar, da noite para o dia. Só no tempo político irá manchar a biografia do eleito e diminuir a do derrotado. A campanha para a prefeitura está como a disputa das duas tribos pelo tesouro que, ao fim e ao cabo, como diria um dos derrotados no primeiro turno, só garantirá ao vencedor as batatas.