Do jeito que veio:

Temido por alguns, mas motivo de orgulho para a maioria dos brasileiros, o número 888 da Avenida Anita Garibaldi, no bairro do Cabral, em Curitiba, é sem dúvida um dos endereços mais vistos e comentados no país nos últimos anos. Afinal, da sede da Justiça Federal de Primeiro Grau do Paraná, o juiz Sérgio Moro vem conduzindo os processos da Operação Lava Jato. E, em meio às assombrosas revelações da maior investigação de corrupção e lavagem de dinheiro público que o país já teve um momento de celebração para todos. No dia 25 de outubro, comemorou-se os 14 anos de inauguração da sede da Justiça Federal no estado, que leva o nome de um paranaense ilustre, Manoel de Oliveira Franco Sobrinho, primeiro juiz federal do Paraná.

Jornalista, parlamentar, professor catedrático de direito, advogado, administrador público, autor de obras jurídicas e delegado brasileiro na ONU, Franco Sobrinho nasceu em 11 de janeiro de 1916 e foi nomeado para assumir a magistratura federal em 1967, cargo que exerceu até a sua aposentadoria. Mas, de todas as funções que desempenhou, uma delas lhe deu maior satisfação: “Pela minha formação de espírito, sinceramente, confesso, foi a de juiz”, disse ele em entrevista.

Três meses após seu falecimento (em 17 de julho de 2002), o então novo prédio da Justiça Federal no Paraná foi inaugurado e recebeu o nome de Foro Federal Manoel de Oliveira Franco Sobrinho. O reconhecimento ocorreu devido à trajetória do curitibano como cidadão e magistrado, sempre pautada na honestidade, na competência e na incansável defesa das causas paranistas. 

Na solenidade de inauguração da sede da Justiça Federal no Paraná, realizada no dia 25 de outubro de 2002, o então presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – secção do Paraná, advogado José Hipólito Xavier da Silva, disse em sua saudação que “Manoel de Oliveira Franco Sobrinho foi um autêntico servidor da justiça. Seu nome tem significado emblemático na medida em que sua vida e sua obra sempre estiveram, direta e estreitamente, dedicadas ao interesse público, ao bem comum e, especialmente, ao direito e à justiça”.