Rogério Distéfano 

MATÉRIA DO YAHOO. Nicolas Sarkozy, presidente da França, pedia aos amigos para elogiarem os seios da mulher, Carla Bruni, modelo e cantora que posou nua. Uma vez publiquei a foto no blog e um gaiato comentou, “peitinhos vesgos”, que dispensa explicação, e quem não entender basta apelar à imaginação. Chiste oportuno, mas equivocado, pois não existe nivelamento absoluto dos seios, aliás rigorosamente desnecessário. Seios ideais, dizia meu pai, são os que cabem na mão de um homem honesto. Homem honestíssimo, meu pai.  

De político casado com mulher bonita, a gente pode esperar até isso de tirar proveito da mulher. Para a maioria deles a mulher funciona como outdoor, até biombo. Já presidente, no segundo casamento, emendado com o primeiro, Sarkozy separou-se e iniciou namoro com Carla, famosa pela beleza, seios inclusos. Nas viagens oficiais, por estímulo marital, cacoete profissional ou ambos, Carla se exibia em trajes, caras, bocas, jeito de corpo que exploravam seus atributos e mais aquele que Sarkozy não incitava os amigos a apreciar: a primeira bunda gaulesa.

Um desses filósofos franceses que têm teorias para tudo diria que Sarkozy tentava transferir para Carla a imagem de Marianne, figura mítica da Revolução de 1830, que derrubou Carlos X, o último rei Bourbon. O pintor Eugène Delacroix pintou Marianne com seios firmes, simétricos, proporcionais e alinhados, nada vesgos, nada Bruni. Eu arriscaria um Jacques Lacan, freudiano até o talo, nome seminal da psicanálise em França, para concluir que o presidente não entrou na fase oral – raridade nos costumes franceses. Daí delegar o regalo dos seios da mulher.