Rogério Distéfano
Tenho um livro aqui em casa, a autobiografia de Ghandi, ‘Minha vida e minhas experiências com a verdade’. Tomei posse do título ao escrever sobre Beto Richa, cuja vida tem sido para mim uma constante experiência com a verdade.
NOSSO GOVERNADOR MANDOU mensagem de aumento do funcionalismo para a assembleia legislativa. Antes do primeiro turno da eleição de prefeito. Foi só sair o resultado no primeiro turno, seu candidato eleito, e Beto suspendeu o aumento, cassou a mensagem. Isso não é crime. Fosse crime diria que Beto é reincidente específico, pois comete crime igual a anterior. Mas não é crime, é política, não tem dinheiro para pagar o aumento.
Não tem ou não tinha? Claro que não. Parece que Beto está mais ousado, nos tira o tapete antes do segundo turno. Ousado, nada. Ele aposta nos dois cavalos em disputa, ganha com qualquer deles. Portanto, pode dizer e desdizer o que quiser, até achar dinheiro para a prefeitura sem Gustavo Fruet. Seu único problema daqui para a frente será controlar o apetite do candidato eleito. Acho que no fundo sonha com o menos gordo.
Arrisquei afirmar que Beto seria reincidente específico por causa da outra eleição e das juras de dinheiro jorrando no Estado, o rio Iguaçu a banhar o Paraná em leite e mel. Lembram? Corria a eleição para governador do Paraná, a última, Beto na frente, nadando de braçada, a afirmar – assim ele e Dilma – que as burras do Estado estavam prenhes de grana para investimentos e aumentos. Seria até de indicar os fiscais da Receita para o Nobel de Economia.
Dia seguinte, Beto eleito no primeiro turno, caso raro naquele turno, o dinheiro sumiu, não tinha mais. Nunca existiu, a não ser na cabeça do Pinóquio marqueteiro. Qual o problema de Beto? (1) o dinheiro; (2) a eleição, qualquer eleição; (3) a verdade? Respondam no estilo concurso que será anulado (como o aumento de Beto): a (1) está correta, a (2) também, a (3) igualmente. Todas estão corretas. Mas cabe peso maior à (3).
Lembra das promessas registradas em cartório de que, se reeleito, não deixaria a prefeitura der Curitiba?
Nem a Velhinha de Taubaté acredita mais nas promessas, acordos e palavras do piá-de-prédio.
Caro Rogério, o que pode ter acontecido neste lapso de tempo é que o Mãos de Tesoura lembrou ao Betinho que, para o desgosto deste último que, não há mais coelhos para o Mãos de Tesoura tirar da cartola. Assim o reajuste da tigrada funcionária não vai acontecer e, se o Betinho Banana insistir ele novamente quebra o Estado. Aí não se elege senador.