7:24NAMASTÊ

goura

GOURA NATARAJ

Rogério Distéfano

Autofagia

Yoshinori Ohsumi, cientista japonês, ganhou o Nobel de Medicina por suas pesquisas sobre autofagia. Se colhesse material em Curitiba levava o Nobel de antropologia.

Lulice rima com tolice

No domingo, Lula declarou que a Lava Jato não iria interferir nos resultados das eleições. No mesmo domingo os resultados desmentiram Lula. A Lava Jato ainda lava a língua de Lula.

Na reta

A delação premiada da empreiteira Odebrecht está na “reta final’ há quase um ano, segundo o noticiário. Essa reta é comprida como estrada de filme americano.

Versinho lusitano

Segundo turno em Curitiba, as antiguidades serão exibidas ou continuam escondidas? E do candidato rolicinho, o que se dirá dele? Nós nulos que vomitamos, por eles esperamos.

Promessas, promessas

Eleito no primeiro turno prefeito de São Paulo, João Dória promete não aumentar tributos nem a passagem de ônibus em 2017. E o dinheiro, tira de onde? Como se diz em chulês, “só se for do c* com graveto”. Promessas, promessas, palavras ao vento.

Consagração

Michel Temer recebe 39% de aprovação na recente pesquisa do Ibope. Nada mal. Tudo considerado, podia ser pior.

Perdas e danos

Golpistas da base temerista querem tirar Gleisi Hoffmann da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Não dói. Pior para a senadora foi perder o cabeleireiro, a manicure e a costureira.

Namastê

PROFESSOR GALDINO não aguentava mais ser vereador. Brigava com os colegas, ofendia os funcionários da câmara municipal, falava obscenidades. Termina com inquérito na polícia por assédio e agressão a vereadora. Nunca o levei a sério, não por ele, mas pela vereança, uma onerosa inutilidade. Na política ele se perdeu, se é que se encontrou no magistério, de onde apregoava ter vindo; sempre me pareceu estranho aquele currículo de ser professor de todas as ciências exatas e algumas das humanas. Aliás, nunca encontrei um só ex-aluno do vereador

Galdino era um marqueteiro nato, intuitivo, com lances geniais, como o da bicicleta e o guarda-pó – que o regimento interno permitia ser usado nas sessões, pois o decoro tem sentido muito elástico no poder legislativo. Galdino fora da câmara, mau vereador como era, não representa alívio para nós cidadãos e contribuintes que assistimos impotentes a dissipação de nossos votos e impostos. Outros piores ou tão iguais tomarão posse. Enquanto não melhorar o povo não se pode exigir melhora dos políticos. Até lá iremos de Lula Conselheiro a Renan Batoteiro.

Nosso quase ex-vereador Galdino mexeu por anos com minha síndrome obsessiva compulsiva, mantendo um de seus guarda-pós a pegar pó no cabide de entregas da lavanderia na esquina da Mariano Torres com Nilo Cairo. Anos inteirados ficou ali, pendurando com as entregas aviadas, bem visível para os passantes, todo dia a tropeçarem naquela visão. Entranhou-se e não sai de minha memória sonora o jingle alardeado na bicicleta que circulava aqui na vizinhança, irritante como o do Carro do Sonho: “Professor Galdino, Professor Galdino, quarenta e cinco, zero, vinte e um”.

Se sai a bicicleta pastiche, demagógica e ineficiente, entra a bicicleta efetiva, solidária, cívica, pilotada por Goura Nataraj (de origem Jorge Brand, filho de Jaques e Margarida), menino precioso que vi crescer e a quem acompanho com respeito e admiração. Torço por ele, embora receie que venha a ser mais um Eduardo Suplicy, pleno de empatia e boas intenções, tolerado pelos pares como inofensivo boa praça. Não divago. Goura é o melhor contraponto destas eleições, tão vazias de contrapontos. Boas de ida, professor Galdino. Bem-vindo, Goura. Namastê.

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