E depois, o mendigo vomitou?
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Rogério Distéfano
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Dura vara, sed vara
Quando denunciado na vara do juiz Sérgio Moro, o político põe o processo sob suspeita de parcialidade, rigor excessivo, essas coisas. Quando denunciado no Supremo, o político elogia os ministros pela isenção, serenidade, equilíbrio, como fez ainda ontem a senadora Gleisi Hoffmann. Motivo: a vara de Moro é dura.
Causa própria
O governo Temer beneficia os condenados por lavagem de dinheiro na repatriação da grana mocozada no Exterior. Antes, o juiz mandava repatriar o dinheiro. Agora, o condenado entrega a senha, o dinheiro volta e a condenação morre. Bom para Eduardo Cunha e tutti quanti ladroni. Não é cumplicidade, nem lei em causa própria. É para reduzir o déficit público. Tipo legalizar o estupro para acabar com a virgindade.
Barros, o parça
O ministro Ricardo Barros, da Saúde, faz campanha no Paraná durante o horário do expediente, “liberado pelo presidente” Michel Temer. Curioso que nessa hora ele não fala demais: “Conte comigo, Chico”, para um prefeito. Em seguida promete hospital para a cidade: “Tamos juntos” – só faltou o “mano”, “brother”, “parça”.
Se o presidente libera, quem somos nós para condenar? Mas não ofende registrar que como ministro da Saúde Ricardo Barros continua eficiente deputado federal. E o melhor cabo eleitoral dele, do irmão, da mulher e da filha. Se ofender, quem está na chuva que leve guarda-chuva.
Voto inútil
Lá em baixo nas pesquisas para prefeito de São Paulo, a deputada Luíza Erundina afirma que “voto útil não é democrático”. Pode não ser democrático, mas dá prazer ver o político sacana se ferrar, mesmo sabendo que mais na frente o adversário eleito também nos ferra. É tudo questão de tempo, um e outro sempre nos ferram.
Tradução simultânea
Michel Temer telefonou para Faustão depois que este criticou ao vivo a “porra de reforma do ensino” que o presidente baixou por medida provisória. O apresentador precisou de intérprete para a conversa. É que Temer fala lusitano do século 17; Faustão, brasileiro do 21. Mas cá entre nós, o presidente ligando para o crítico é um avanço. Vou passar meu telefone.
Nem as migalhas
Cinquenta anos de satrapia e mandarinato Sarney no Maranhão, Presidente Sarney é o município brasileiro de mais baixo índice de bem estar social. A família é tão egoísta que nem o nome do patriarca na certidão dos “sarneyenses” os convenceu a fazer da cidade um monumento vivo. Não deixaram ao povo nem as migalhas que caíam da mesa. Quem nasce lá é ‘sarneyense’. Porque tem os sarneystas, os sarneyosos e os sarneyentos.
Deus nos acuda
Este mundo não tem mais jeito. Nesta semana juntaram-se os DNAs de três pessoas para gerar uma gravidez; semana passada o casal transexual teve um filho – detalhe, a gestação foi na barriga do pai, que tinha sido mulher, não na da mãe, ex-homem. O velho método Luana Piovani, da geração ‘PB’ (pau na b*c*t*, expressão imortal da deusa) entra em desf*d*.
Poucas vezes vi tanta maldade numa frase só, mas concordo com você Rogério, será que o mendigo vomitou depois de ter sido abraçado e beijado pelo ex-prefeito? Comigo isto não aconteceria, primeiro porque não aceitaria ser abraçado pelo cara, aí não haveria razão para eu vomitar.
https://mobile.twitter.com/colunaesplanada/status/781126481560768512
Greca, o vomitador!